Cobrindo mais uma vez o vácuo de poder existente no Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é obrigatório comprovar a vacinação contra a covid-19 para poder entrar no Brasil, ou apresentar um exame RT-PCR com resultado negativo para a doença. A decisão foi tomada diante do alto risco de chegada de novas variantes do coronavírus, como a ômicron, que chegou a São Paulo poucos dias após ser detectada na África do Sul.
Quem deveria - o governo federal - não tomou essa iniciativa por conta própria, expondo o Brasil e a vida de todos os brasileiros ao risco de ver um novo recrudescimento da pandemia. Uma inércia que não é vista em qualquer outro país desenvolvido, onde é exigido o comprovante de vacinação ou o exame negativo de RT-PCR para ingresso. Qualquer país que enfrenta a crise sanitária de forma séria tem criado, há tempos, medidas para restringir a circulação de pessoas não vacinadas.
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Além de ser uma medida sensata e técnica, a exigência do comprovante de vacinação contra a covid-19 foi recomendada pela própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido à preocupação com a chegada da ômicron. O presidente Jair Bolsonaro debochou da Anvisa e chegou a chamar o passaporte vacinal de ‘coleira’, dizendo que a liberdade individual deveria prevalecer. Esquece-se, porém, de uma lei que ele próprio sancionou, de número 13.979/2020, autorizando a adoção de medidas restritivas e até mesmo da vacinação compulsória para frear a pandemia.
O passaporte vacinal é uma medida controversa, mas seus benefícios são inegáveis. Além da segurança proporcionada por afastar as pessoas possivelmente infectadas de ambientes onde há maior risco de contágio, a cobrança do passaporte estimula as pessoas a procurarem acertar o esquema vacinal. É o que mostra o exemplo de Rondonópolis, onde a adoção do passaporte criou um ‘boom’ na busca pela vacinação. Foram 20 mil pessoas vacinadas na primeira semana após o início da exigência, o que corresponde a quase 9% da população da cidade.
Se quisermos voltar à vida normal, sem máscaras e sem restrições às reuniões e eventos, temos que tomar a vacina. É o aumento na proporção de pessoas vacinadas que permite conter o avanço da doença. Por isso, o passaporte é um ‘santo remédio’ contra os fujões e os negacionistas, que continuam a tentar sabotar nossa vitória sobre o vírus.
E por falarmos em democracia, temos que lembrar que mais de metade da população brasileira já aceitou tomar as duas doses da vacina contra a covid-19. A adoção do passaporte vacinal é uma medida de respeito às pessoas que valorização a própria vida, e a vida de seus próximos, e tomaram a vacina no momento certo. São apenas alguns gatos pingados que estão querendo fazer sua vontade prevalecer sobre o direito da maioria. Se desejam continuar se submetendo ao risco da doença, que o façam sozinho e arquem com as consequências de suas escolhas. A restrição de acesso a alguns locais deve ser uma delas.