Um sonho antigo da população mato-grossense finalmente se realizou nesta sexta-feira (20), com a entrega da duplicação da BR-163/364 entre Cuiabá e Rondonópolis. Encerrou-se uma espera que durou mais de quatro décadas, na esperança de que a capital tivesse, enfim, acesso por meio de uma rodovia de pista dupla, garantindo mais segurança para os 30 mil motoristas que por ali circulam diariamente. Vencemos uma batalha, mas a guerra continua. Afinal, apenas um trecho da rodovia está duplicado, faltando ainda resolver a parte mais importante, que liga Cuiabá às maiores regiões produtoras de Mato Grosso, na região Norte.
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Mato Grosso tem vivido um bom momento na logística, com o destravamento de várias obras que ficaram aguardando por décadas pela vontade política. Ainda assim, há muito a ser feito. As deficiências logísticas de Mato Grosso são crônicas e demorarão muito tempo até serem resolvidas, especialmente no que diz respeito à região Norte e ao Araguaia.
O descaso com que era tratada a logística mato-grossense fica evidente ao analisar os números da mais recente conquista. Oito anos para duplicar pouco mais de 160 km de estradas, o que chega a ser um verdadeiro absurdo. Mas não tão absurdo quanto o abandono dos 50 quilômetros da BR-163 que ligavam Mato Grosso ao Pará, que levou mais de três décadas até ser finalizado – em pista simples.
Colosso que é, Mato Grosso poderia ser ainda maior não fosse a dificuldade logística. É hoje o estado que mais cresce no Brasil, com projeção de fechar o ciclo de 2010 a 2022 com um aumento de 41% no PIB – soma de todas as riquezas produzidas. É também o estado com melhor estimativa de crescimento para 2021, com alta de 4,97%, puxando para cima o resultado da economia brasileira. Melhor ainda, é um dos poucos estados brasileiros onde a taxa de desemprego segue abaixo de 10%, além de ser a unidade federativa que mais gerou empregos.
Com tamanho desempenho, Mato Grosso merece um olhar mais atento do governo federal para os investimentos em infraestrutura, especialmente a logística. Merece um empenho maior para destravar a Ferrogrão, projeto de ferrovia que irá derrubar os preços do frete para o agronegócio estadual e ampliar significativamente nossa competitividade no mercado externo, trazendo resultados ainda melhores para a economia nacional.
