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Opinião Terça-feira, 07 de Dezembro de 2021, 06:00 - A | A

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EDITORIAL - 07/12/2021

O perigo mora ao lado

Da Editoria

Editoria | Estadão Mato Grosso

A possibilidade de uma nova onda de covid-19 no Brasil era considerada remota, dado o rápido avanço da campanha de vacinação no país. Um fantasma que assombra a Europa desde o começo de novembro, quando começou a haver surtos de casos e mortes por covid-19 em vários países e novos fechamentos foram ordenados para conter a crise. Agora, porém, começam a surgir sinais de alerta dentro do próprio Brasil. No último domingo, 5 de dezembro, o Estado de Rondônia voltou a registrar fila de pacientes à espera de um leito de UTI.

Curiosamente, Rondônia aparece entre os estados onde está havendo queda no número de mortes por covid-19 e chegou a ficar mais de 24h sem registrar novos óbitos. O estado estava há oito meses sem registrar fila por um leito de UTI. Um cenário que confirma que o coronavírus é um inimigo traiçoeiro, mesmo com a campanha de vacinação em estágio mais avançado. Em Rondônia, por exemplo, mais de 55% da população já recebeu as duas doses da vacina.

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Conforme o relatório do governo de Rondônia, sete pessoas aguardavam por um leito na noite de domingo. Desses, dois pacientes estavam em estado grave e testaram positivo para o coronavírus, enquanto outros dois, também em estado grave, ainda não tinham a confirmação laboratorial. Os outros três pacientes apresentavam quadro moderado e apenas um deles havia recebido diagnóstico positivo para covid.

Rondônia não é o único caso preocupante no Brasil. Apesar de registrar média de óbitos baixíssima (194 no último domingo) e com tendência de queda, o Brasil tem cinco estados com tendência de alta no número de mortes: Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Roraima e Piauí.

A chegada da variante ômicron ao Brasil em meio a esse cenário eleva os temores sobre a possibilidade de uma nova onda. Por hora, a nova variante é um perigoso estranho para a ciência. Sabe-se que o vírus sofreu grande número de mutações que aumentaram significativamente sua capacidade de infecção, mas o potencial dessa nova cepa ainda é desconhecido. Ainda não se sabe, por exemplo, se essas mutações também causaram a perda de efetividade das vacinas, muito menos se a nova variante é mais ou menos letal que as demais.

Com alto grau de incertezas e o acúmulo dos sinais de alerta, o momento exige cautela, principalmente dos gestores públicos. As festividades de final de ano devem colocar milhares de pessoas nas rodoviárias e aeroportos, para se reencontrarem com suas famílias ou participarem de badaladas festas de Réveillon. Não é prudente dar chance ao acaso e arriscar um novo recrudescimento da pandemia, justamente agora que estamos quase superando o patamar decisivo de vacinação.

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