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Opinião Sexta-feira, 17 de Setembro de 2021, 06:00 - A | A

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EDITORIAL - 17/09/2021

O dia da Fico

Da Editoria

Editoria | Estadão Mato Grosso

Um novo marco para o progresso de Mato Grosso é consolidado nesta sexta-feira, 17 de setembro, com a assinatura da ordem de serviço para construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), que ligará a região do Araguaia, a nova fronteira agrícola de Mato Grosso, ao Sistema Ferroviário Nacional, abrindo um mar de possibilidades de escoamento da safra com valores muito mais competitivos, através dos principais portos do país.

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Por hora, os trilhos da Fico vão parar em Água Boa, mas a perspectiva é que haja uma segunda etapa de obras para levar a ferrovia até Lucas do Rio Verde, de onde continuará seguindo em direção ao oeste até chegar na cidade de Vilhena, em Rondônia, cortando Mato Grosso ao meio e perpassando as áreas mais ‘esquecidas’ no desenvolvimento de nosso estado: os vales do Araguaia e do Guaporé. As projeções do governo federal apontam que este trecho terá 1.641 quilômetros de extensão.

A Fico é parte fundamental do plano de expansão da malha ferroviária do governo federal para consolidar o reequilíbrio da matriz de transporte e reduzir o custo logístico. Sua construção será possível devido a uma ‘jogada de mestre’: o mecanismo do investimento cruzado. Os R$ 2,7 bilhões necessários para construção de 364 km de trilhos que ligarão Mara Rosa (GO) a Água Boa foram conquistados por meio da renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM), que ficará com a Vale por mais 30 anos. É o primeiro caso de investimento cruzado na história do Brasil e, se der certo, será um ‘case de sucesso’.

Daí pra frente, o governo pretende repetir essa fórmula de sucesso. Deverá leiloar a concessão da Fico para obter como contrapartida a construção da segunda etapa, que chegará a Lucas do Rio Verde. E assim sucessivamente, até concluir seu traçado com o terminal de Vilhena. Ainda se vão alguns anos até lá e tudo pode mudar, mas nossa expectativa é que o desenrolar da história seja ainda melhor do que o esperado.

A ‘cereja do bolo’ vem na próxima semana, quando será dada a ordem de serviço para construção da Ferronorte. É um sonho antigo dos mato-grossenses, que deverá causar uma verdadeira revolução logística, com seus 730 quilômetros de extensão. Chegará ao coração do agronegócio mato-grossense antes da Fico, abrindo caminho para escoamento da safra a preços mais competitivos através do porto de Santos.

As ferrovias são máquinas de progresso, como a própria história nos mostra. Exemplos não faltam por todo o mundo, embora ainda faltem no Brasil. Ainda assim, é preciso destacar que as regiões mais desenvolvidas do país são justamente aquelas que têm maior presença do modal ferroviário. Eis que, finalmente, começamos a interiorizar o desenvolvimento e daremos, em breve, um salto para o futuro.

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