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Opinião Sexta-feira, 18 de Março de 2022, 06:00 - A | A

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EDITORIAL - 18/03/2022

Início do fim

Da Editoria

Editoria | Estadão Mato Grosso

A abertura das propostas das empresas interessadas em implantar o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande marca o início do fim de uma trágica novela que custou tão caro aos cidadãos mato-grossenses. Se tudo correr bem, como esperamos que aconteça, as obras do novo modal terão início em breve e resolverão a cicatriz aberta que foi largada em nossas cidades, lembrando-nos diariamente do escandaloso esquema de corrupção que envolveu a realização da Copa do Mundo em Cuiabá.

Se irá andar de trem ou de ‘super-ônibus’ é uma discussão menos importante para a população do que o fato de finalmente poder contar com um modal de transporte moderno e efetivamente capaz de atender à crescente demanda na capital, com conforto e segurança. É uma vitória maior ainda para a população varzea-grandense, que tem sofrido com a falta de ônibus e a precariedade dos que estão em circulação, estopim de pelo menos três revoltas populares ocorridas somente no último mês.

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Colocar um ponto final nessa lamentável novela é extremamente importante, visto que a indefinição que reinou nos últimos anos resultou em prejuízos para todos os mato-grossenses, tanto pela oportunidade perdida de ver a cidade ter um meio de transporte moderno quanto pelos milhões de reais que foram surrupiados dos cofres públicos em transações espúrias.

A obra inconclusa permanece um incômodo, sobretudo em Várzea Grande, ao longo da Avenida da FEB, onde os blocos de concreto que separam a obra da pista ceifaram ao menos uma dezena de vidas, além de promover uma quebradeira generalizada no comércio local. As obras do VLT deveriam ter sido concluídas em 2014, mas até agora o trem cuiabano não andou um metro sequer, exceto para demonstrações estapafúrdias de políticos.

Resta agora às autoridades competentes puxar a corda desse novelo para encontrar e punir os envolvidos na obra que nunca teve fim. Um esquema de tamanha envergadura, que consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos, não pode permanecer como se fosse apenas um erro de trajetória, um mero deslize. A inconclusão do VLT se tornou um símbolo da ineficácia e da corrupção em todo o país e precisa ser tratado como tal pelas autoridades, para que fique claro que dinheiro público não é capim.

De trem ou de ônibus, o que o trabalhador quer é chegar em seu trabalho sem ter que passar por uma ‘lata de sardinha’ e ser curtido em seu próprio suor.

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