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Opinião Quinta-feira, 25 de Julho de 2024, 08:59 - A | A

Quinta-feira, 25 de Julho de 2024, 08h:59 - A | A

ANDRÉ CREPALDI

Imunoterapia e a recidiva do câncer

André Crepaldi*

A imunoterapia tem se destacado como uma alternativa promissora para diminuir a recidiva do câncer, um dos principais desafios na oncologia moderna. Tradicionalmente, o tratamento envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia, métodos que, embora eficazes em muitos casos, nem sempre conseguem barrar a doença.

Nos últimos anos, esse método tem mostrado um potencial significativo ao utilizar o sistema imunológico do próprio paciente. E ela funciona de diversas maneiras. Os inibidores de checkpoint imunológico, por exemplo, bloqueiam proteínas utilizadas pelas células cancerígenas para evitar a destruição pelo sistema imunológico.

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Medicamentos como pembrolizumab e nivolumab têm sido eficazes em prolongar a sobrevida livre de recidiva em pacientes com melanoma e câncer de pulmão de pequenas células. Outra abordagem são as terapias com células T CAR, que envolvem a modificação genética das células T do paciente para que seja possível identificar e destruir células cancerígenas.

Esses meios têm mostrado resultados promissores, especialmente em leucemias e linfomas resistentes a outros tratamentos. Um dos principais benefícios da imunoterapia é a capacidade de induzir uma resposta imunológica duradoura, conhecida como memória imunológica.

Isso permite que o sistema imunológico "lembre" do câncer e responda mais rapidamente em caso de recidiva. Além disso, a imunoterapia pode eliminar células cancerígenas residuais que possam ter sobrevivido aos tratamentos convencionais, reduzindo assim a chance de recidiva.

Também é capaz de modificar o microambiente tumoral, tornando-o menos favorável ao crescimento de células cancerígenas e mais propício para a atividade das células imunológicas. No entanto, a imunoterapia também apresenta desafios significativos.

Efeitos colaterais podem ser severos, incluindo reações autoimunes, e algumas células cancerígenas podem desenvolver resistência ao tratamento. A identificação de biomarcadores para prever quais pacientes respondem melhor à imunoterapia é outra área de pesquisa essencial.

Apesar desses desafios, a imunoterapia representa uma revolução no tratamento do câncer. A capacidade de personalizar o tratamento com base no perfil imunológico do paciente e a promessa de respostas imunológicas duradouras oferece uma nova esperança para a redução da recidiva do câncer.

À medida que a pesquisa avança, espera-se que esse novo tipo de tratamento se torne uma parte integral do tratamento oncológico, proporcionando maior sobrevida e melhor qualidade de vida para os pacientes.

*André Crepaldi é oncologista e hematologista da Clínica Oncolog, em Cuiabá

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