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Opinião Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2021, 06:00 - A | A

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EDITORIAL - 22/12/2021

Fim de novela

Da Editoria

Editoria | Estadão Mato Grosso

Há tempos que os atores políticos de Mato Grosso davam sinais de que o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seria enterrado. Agora, veio a pá de cal, com a quitação do empréstimo realizado pela Caixa Econômica Federal para a construção do modal. Com isso, o governo tem o caminho livre para finalmente suturar as feridas abertas que ficaram em Cuiabá e Várzea Grande devido à falta de conclusão das obras.

Apesar de ser uma opção mais avançada tecnologicamente, o VLT sempre esteve envolto em uma aura de corrupção e serve, até hoje, para lembrar das decisões atabalhoadas que foram tomadas para dar conta da enxurrada de dinheiro público que precedeu a Copa do Mundo e desaguou no bolso de um grupo de malandros. A árvore que nasce de uma raiz podre dificilmente prospera.

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Agora, o Estado tem a oportunidade de virar a página e resgatar os prejuízos que foram causados às duas cidades pelos anos de abandono das obras. A série de reportagens do Estadão Mato Grosso sobre o VLT mostrou que o impasse sobre o futuro do modal é mais danoso do que a decisão por uma ou outra opção. As feridas abertas nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande trouxeram grandes prejuízos para o comércio, levando ao fechamento e à falência de muitas empresas, principalmente os pequenos que viviam às margens do ‘caminho do VLT’.

A obra inconclusa permanece um incômodo, sobretudo em Várzea Grande, ao longo da Avenida da FEB, onde os blocos de concreto que separam a obra da pista ceifaram ao menos uma dezena de vidas, além de promover uma quebradeira generalizada no comércio local. A indefinição cobra um preço caro há muito tempo. As obras do VLT deveriam ter sido concluídas em 2014, mas até agora o trem cuiabano não andou um metro sequer, exceto para demonstrações estapafúrdias de políticos.

A licitação do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) já foi lançada e deve ser concluída antes da metade do próximo ano, com previsão de conclusão em até dois anos. Como não serão necessárias intervenções tão profundas quanto a obra do VLT, a esperança é de que o prazo será cumprido.

Preferências à parte, o que se espera é que esse triste capítulo da história mato-grossense se encaminhe para um desfecho rápido e que garanta aos cidadãos das duas maiores cidades do estado um direito essencial em suas vidas. De trem ou de ônibus, o que o trabalhador quer é chegar em seu trabalho sem ter que passar por uma ‘lata de sardinha’ e ser curtido em seu próprio suor.

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