É lamentável que em pleno século XXI, ainda tenhamos que conviver com situações: vergonhosas, imorais, vexatórias e por aí vai, fruto de um processo de malversação do dinheiro público, corrupção, desmando, descaso, entre tantos outros predicativos; principalmente quando o assunto é Mobilidade Urbana, na busca de um modal de transporte público, que se enquadre às nossas necessidades.
Esse imbróglio, com relação ao modal a ser implementado em Cuiabá e Várzea Grande, teve início em junho de 2012, e deveria demorar pelo menos 2 anos para a conclusão da obra tão sonhada pela população cuiabana e mato-grossense.
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De acordo com o diagnóstico apresentado, feito com base nos relatórios da gerenciadora contratada da obra na época, o custo total do modal de transporte pode chegar a R$ 1,8 bilhão. Desse valor, R$ 1 bilhão já foi pago pelo estado, somando 72,1% do montante global. A construção chegou ser estimada em R$ 696 milhões e foi contratada por R$ 1,4 bilhão de reais.
E tinha como modal, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), e na ocasião, não aconteceu plebiscito ou pesquisa de opinião pública envolvendo a população, sobre qual modal, seria o mais interessante, o mais viável e menos dispendioso ao Estado; porém foi feito de conformidade com os interesses dos gestores da época, e deu no que deu. Governador preso, secretários, servidores públicos e por aí vai, fruto de denúncias de pagamento de propina e corrupção.
As investigações sobre a fraude tiveram início a partir de informações cedidas por um jornalista ao Ministério Público Estadual (MPE), com base em dados fornecidos pelo lobista Rowles Magalhães. Ele teria apontado a existência de fraude e de pagamento de propina. O esquema, porém, foi confirmado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), durante depoimento à Polícia Federal no dia 5 de julho de 2017.
O que falei, é apenas uma pequena síntese dos fatos ocorridos até então; portanto, é do conhecimento de todos, pois foi amplamente divulgado nas redes sociais, nos jornais e nos sites, em função da paralisação da construção da obra do (VLT).
Já se passaram 9 anos, dessa fatídica, paralisação, Cuiabá e Várzea Grande, continuam convivendo com uma enorme cicatriz, que literalmente rasga as cidades que são unidas, através do processo de conurbação; esta cicatriz, não é apenas visual, ela é fruto de um processo de corrupção exacerbada, que afeta a todos nós cidadãos pagadores de impostos.
Bastou o governador Mauro Mendes (DEM), posicionar-se pela troca de modal, ele não ficando na retórica do discurso, foi a luta, e enviou para a Assembleia Legislativa a troca de modal de VLT para BRT, entre Cuiabá e Várzea Grande.
A Assembleia legislativa aprovou em segunda votação, na manhã da quinta-feira (07.01), o projeto de lei enviado pelo governador Mauro Mendes (DEM), que pedia autorização para a troca do VLT pelo BRT em Cuiabá-Várzea Grande, com 19 votos favoráveis e dois contrários, seu pedido foi aceito.
Bastou essa aprovação, para que minassem defensores do VLT, agora com pedidos de realização de plebiscito e por aí vai. Se entramos nessa vibe, por certo, teremos que esperar pelo menos mais 10 anos, para resolução desse problema crucial para as cidades coirmãs.
O governador Mauro Mendes (DEM), em entrevista a uma emissora televisiva de destaque na capital, ao ser entrevistado.
O repórter lhe perguntou de forma capciosa “O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), falou que o governador de Mato grosso, traiu a população, ao trocar o modal de VLT por BRT, sem consulta prévia ou audiência pública”.
O governador Mauro Mendes (DEM), como não tem papas na língua disparou “O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), na ocasião era presidente da comissão que acompanhava as obras da Copa, o que ele fez quando roubou, quando fraudou o dinheiro público, quando foi falsificado um laudo para mudança de BRT para VLT, e ele não fala em nome da população mato-grossense......................................”, vamos aguardar o desenrolar dos próximos capítulos, dessa novela mexicana, chamada BRT ou VLT.
E que venha o mais rápido possível, uma resolução plausível e aceitável, por parte dos gestores públicos envolvidos nessa tomada de decisão; e que seja célere e eficaz, pois a população não aguenta mais essa queda de braço, entre os poderes.
* Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo