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Opinião Quarta-feira, 15 de Maio de 2024, 16:09 - A | A

Quarta-feira, 15 de Maio de 2024, 16h:09 - A | A

DOM MÁRIO

Carta aos comunicadores da Arquidiocese de Cuiabá

Dom Mário Antonio*

No último domingo, 12 de maio, celebramos o Dia Mundial das Comunicações Sociais com representantes das paróquias de nossa arquidiocese, na Catedral Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Seguindo a proposta do Santo padre Papa Francisco, vos convido a refletir à luz da carta que trata da Inteligência Artificial.

Comunicação: Inteligência Artificial e a possibilidade de exercitar a Sabedoria do Coração

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A rápida evolução da inteligência artificial está redefinindo não apenas a forma como nós nos comunicamos, mas também os fundamentos de nossa convivência. Em sua mensagem para o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco reflete sobre o impacto dessa transformação e nos convida a questionar o futuro da humanidade na era das inteligências artificiais.

Em um mundo inundado por inovações tecnológicas, temos o desafio de preservar nossa humanidade e guiar a mudança cultural em curso. O Papa nos lembra que, para enfrentar esse desafio, é essencial partir do coração humano. A sabedoria do coração, caracterizada pela integridade, unidade e capacidade de compreensão profunda, para mantermo-nos atentos e conectados às novas possibilidades de comunicar.

Contrariando interpretações catastróficas, somos convidados a abraçar o novo tempo com um olhar espiritual, resgatando uma sabedoria perdida.

Enquanto as máquinas podem superar os seres humanos em capacidades técnicas, é o homem, com sua capacidade de atribuir significado e valor, que deve decodificar o sentido por trás dos dados.

Devemos permanecer vigilantes diante dos riscos que acompanham o avanço da inteligência artificial. A tentação de assemelhar-se a Deus, subjacente à busca por autonomia e poder, pode levar a uma desumanização da sociedade. O equilíbrio entre oportunidade e perigo reside no coração humano e em sua capacidade de discernir e agir com sabedoria.

 

Em 2024, cercados pela Inteligência Artificial, dependentes de algoritmos e tantas outras tecnologias, nos esquecemos de zelar pela comunicação presencial. Estar presente e ser presença na comunicação, no dia-a-dia, nas tarefas e ações enquanto comunicadores, é mais relevante do que registrar grandes celebrações, eventos e encontros.

 

A revolução digital oferece oportunidades sem precedentes, mas também implica desafios éticos e sociais complexos. Como garantir a transparência e a responsabilidade, por exemplo, na utilização da inteligência artificial? Como preservar a dignidade e o profissionalismo na comunicação e na informação? Estas são algumas das questões e desafios urgentes que exigem uma resposta coletiva e comprometida.

Cabe a nós, comunicadores, decidir se permitiremos que a inteligência artificial nos domine ou se a utilizaremos como uma ferramenta para promover a liberdade e a igualdade. À medida que navegamos por este novo território, devemos nutrir nosso coração de liberdade e sabedoria, preservando a singularidade e a dignidade de cada ser humano.

A Arquidiocese de Cuiabá comunica-se de diversas formas. Pelo site da Arquidiocese, que passará por um processo de atualização muito em breve; pela Rádio Bom Jesus FM, que neste ano completa 65 anos de existência e agora, também comunica pelo App e pelo Portal, e também pelas redes sociais, que auxiliam na comunicação dos serviços de nossa Igreja.

Somente unidos, e comprometidos, através do diálogo e da colaboração, podemos orientar as pessoas, os sistemas de inteligência artificial, para uma comunicação plenamente humana. E essa humanidade precisa ser caridosa, humanizada. É hora de abraçar a sabedoria do coração e fazer da tecnologia um instrumento a serviço da verdade, da justiça e da solidariedade.

Com afeto paternal,

DOM MÁRIO ANTONIO é arcebispo Metropolitano

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