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Judiciário Terça-feira, 27 de Setembro de 2022, 17:43 - A | A

Terça-feira, 27 de Setembro de 2022, 17h:43 - A | A

GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Taques é indiciado por 'armação' contra promotor e obstrução de Justiça

Ex-governador fez acusações falsas contra o promotor Mauro Zaque, que denunciou o esquema de escutas ilegais

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

A Força-Tarefa que apura as escutas ilegais em Mato Grosso, caso que ficou conhecido como ‘Grampolândia Pantaneira’, encaminhou ao Poder Judiciário nesta terça-feira (27) o inquérito policial, indiciando o ex-governador Pedro Taques por denunciação caluniosa e obstrução de Justiça, devido às acusações que fez contra o promotor Mauro Zaque.

Zaque foi quem denunciou o esquema de escutas ilegais durante o governo Taques, no qual foi secretário de Segurança Pública. O esquema consistia na inserção de números de telefones de adversários políticos em meio a pedidos de quebra de sigilo telefônico de organizações criminosas, uma prática conhecida como “barriga de aluguel”.

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O caso veio à tona em 2017, durante uma entrevista de Zaque ao programa Fantástico, da Rede Globo. Na entrevista, o promotor afirmou que teria denunciado o esquema ao governador, mas nada teria sido feito.

Zaque apresentou um número de protocolo da denúncia, para comprovar suas acusações. Contudo, buscas realizadas no sistema do governo apontavam que o número de protocolo indicava outra ocorrência, de uma reunião com vereadores do interior. Taques então acusou Zaque de falsificação de documento público, prevaricação e denunciação caluniosa.

Investigação da Força-Tarefa da Grampolândia constatou que houve manipulação do sistema de protocolo do governo, para esconder o documento encaminhado por Zaque ao governador. Diante disso, a força-tarefa decidiu indiciar Pedro Taques por denunciação caluniosa e obstrução de Justiça.

“[...] na medida em que o investigado deu causa à instauração de Procedimento Administrativo e Criminal em desfavor daquele que “denunciou” todo o “esquema” criminoso, envolvendo as interceptações telefônicas ilegais, na modalidade “barriga de aluguel”, ocorridas no Estado do Mato Grosso”, diz trecho do documento.

O relatório final do inquérito encaminhado à Justiça indiciou o investigado pela Força-Tarefa por denunciação caluniosa e obstrução da justiça. Este segundo crime está previsto no Art. 2°, da Lei 12850/2013.

As investigações sobre as escutas ilegais foram desmembradas em sete inquéritos policiais conduzidos pela Força-Tarefa, coordenada pela delegada Ana Cristina Feldner e composta pelos delegados Renato Resende e Romildo Nogueira.

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