Dollar R$ 5,82 Euro R$ 6,61
Dollar R$ 5,82 Euro R$ 6,61

Judiciário Sábado, 30 de Novembro de 2024, 07:28 - A | A

Sábado, 30 de Novembro de 2024, 07h:28 - A | A

OPERAÇÃO SISAMNES

Sargento da PM alvo de operação teria comprado liberdade com Zapieri por R$ 100 mil

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

O sargento da Polícia Militar Victor Ramos de Castro foi um dos beneficiados com os serviços do advogado Roberto Zampieri. Segundo a representação da Polícia Federal (PF), o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves teria negociado R$ 100 mil para libertá-lo. Ele foi preso em Sorriso acusado de associação criminosa armada em 2021. O documento aponta que Zampieri negociou a soltura dele com o desembargador João Ferreira Filho. A representação foi assinado pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 21 de novembro.

“Em 12 de julho do mesmo ano, após Roberto Zampieri enviar seus dados bancários, Andreson lhe transferiu R$ 100.000,00 por meio de sua empresa Florais Transportes EIRELI. Segundo a representação, Victor Ramos de Castro seria um sargento da polícia militar e o beneficiado com a ordem de soltura”, aponta documento.

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

O juiz plantonista de Sorriso, Valter Fabricio Simioni da Silva, havia assinado os autos de prisão do sargento no dia 27 de junho de 2021, data em que Zampieri e Andreson conversavam sobre o habeas corpus de Victor.

Durante o diálogo, Zampieri pediu que o lobista entrasse com o habeas corpus no caso que ele faria os outros tramites, pois o desembargador João Ferreira Filho estava no plantão judicial, em 25 de junho a 2 de julho de 2021, e libertaria Victor.

No dia seguinte, 28 de junho de 2021, a decisão do magistrado Valter Fabricio Simioni foi ratificado pelo juiz Anderson Candiotto, da 2ª Vara Criminal de Sorriso. Já no dia 29 de junho de 2021, Candiotto publicou a decisão concedendo habeas corpus ao sargento da PM.

“Cumpra imediatamente a decisão proferida pelo TJMT no Habeas Corpus n.1011292-50.2021.8.11.0000, expedindo alvará de soltura, em favor do autuado Vitor Ramos de Castro, devendo ele ser posto em liberdade se por outro motivo não se encontra segregado. Cumpra, providenciando e expedindo o necessário com celeridade”, decidiu o juiz Candiotto.

Após a liberdade de Victor, em 2 de julho de 2021, Zampieri cobrou o valor combinado com o lobista. Em conversa, Zampieri chamou o homem que encomendou o habeas corpus de “folgado”.

“Roberto Zampieri: ‘Anderson, por favor aperte senhor do HC, esse cidadão está muito folgado. Quando precisa agente [sic] se desdobra e atende o pedido, e agora não cumpre o combinado? Aperta esse cidadão’”, disse.

Dez dias após a cobrança, o lobista Andreson enviou a Zampieri R$ 100 mil por meio da empresa Florais Transportes EIRELI.

Diante das provas obtidas nos diálogos, o ministro Zanin apontou diálogos entre o lobista e o advogado tratando do habeas corpus do sargento. A quantidade de conversas sobre a liberdade de Victor foi o suficiente para torná-lo alvo da operação. A Polícia Federal fez busca e apreensão na última terça-feira, 26.

A OPERAÇÃO

A Operação Sisamnes foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã da terça-feira, 26, e apura um grande esquema de venda de sentenças judiciais. A investigação se tornou possível graças à perícia realizada no celular do advogado Roberto Zampieri.

Ele foi assassinado a tiros em dezembro do ano passado. O advogado estava dentro de seu carro, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, quando foi alvejado.

A quebra do sigilo telefônico revelou a existência de um grandioso esquema, no qual advogados obtinham decisões favoráveis junto a magistrados de diversas Cortes do país. A investigação já possibilitou o afastamento de dois desembargadores do TJMT, uma operação contra o Judiciário estadual de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também foram alvos da operação desta terça. A suspeita é que a venda de sentenças também tenha ocorrida na Corte Superior também.

A Operação Sisamnes foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã da última terça-feira e apura um grande esquema de venda de sentenças judiciais. A investigação se tornou possível graças à perícia realizada no celular do advogado Roberto Zampieri.

Ele foi assassinado a tiros em dezembro do ano passado. O advogado estava dentro de seu carro, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, quando foi alvejado.

A quebra do sigilo telefônico revelou a existência de um grandioso esquema, no qual advogados obtinham decisões favoráveis junto a magistrados de diversas Cortes do país. A investigação já possibilitou o afastamento de dois desembargadores do TJMT, uma operação contra o Judiciário estadual de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também foram alvos da operação desta terça. A suspeita é que a venda de sentenças também tenha ocorrida na Corte Superior também.

search