O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) apresentou à justiça uma denúncia contra Carlos Alberto Gomes Bezerra por homicídio quadruplamente qualificado contra sua ex-namorada Thays Machado e triplamente qualificado contra o companheiro dela, Willian César Moreno. As qualitativas são por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas, em ambos os casos, e feminicídio, no caso de Thays.
O crime aconteceu no último dia 18. O casal estava aguardando um carro de aplicativo, em frente a um edifício residencial no bairro Alvorada, em Cuiabá, quando foi surpreendido pelo acusado, que o matou a tiros. O assassino, que é filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), executou os dois com três tiros, cada.
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O documento, assinado pelo promotor de Justiça, Jaime Romaquelli, destaca que Carlos agiu sozinho para alcançar seu resultado: matar o casal. O promotor ainda pontua que o acusado cometeu o crime por motivo torpe e agiu de cruel e covarde.
“Embora a vítima estivesse ciente de que, durante o relacionamento o denunciado a perseguia, não sabia que após o término do namoro ele continuasse a monitorá-la, acompanhando todos os seus deslocamentos. A ação extremamente calculada do acusado em comparecer naquele local, exatamente no momento em que a vítima estava exposta na calçada de costas para a rua, subtraiu dela a possibilidade de realizar qualquer gesto efetivo de defesa (abaixar-se, correr e distancia-se do atirador), sendo acolhida de surpresa, recebendo os tiros fatais, inclusive, pelas costas”, diz trecho da denúncia.
Já em relação a William, o promotor apresentou denúncia por homicídio qualificado após apontar que o acusado e a vítima não se conheciam, mas a ação foi calculada sem possibilidade de defesa das vítimas.
“O crime foi cometido por motivo torpe, porque, sentindo-se desafiado pela ousadia da vítima Thays em pôr fim ao namoro, resolveu se vingar dela e do novo namorado matando-os. Carlos nem sequer conhecia William. Matou-o para se vingar pelo fato de ele ter se envolvido amorosamente com Thays”, descreveu no documento.
Na denúncia, o promotor ainda manifestou pela manutenção da prisão preventiva de Carlos Alberto por entender que há provas mais do que robustas da materialidade do crime.
“Em face do exposto, denuncia Carlos Alberto Gomes Bezerra como incurso: 1) no art. 121, §2º, incisos I (motivo torpe), III (meio cruel e perigo comum), IV (surpresa e impossibilidade de defesa da vítima) e VI (feminicídio) c/c § 2º-A, inciso I do mesmo artigo, do Código Penal, com relação a vítima Thays Machado, e 2) art. 121, §2º, incisos I (motivo torpe), III (meio cruel e perigo comum) e IV (surpresa e impossibilidade de defesa da vítima), do Código Penal, com relação a vítima Willian César Moreno, c/c art. 69, do Código Penal”, denunciou.