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Judiciário Sexta-feira, 03 de Novembro de 2023, 08:28 - A | A

Sexta-feira, 03 de Novembro de 2023, 08h:28 - A | A

JURÍ POPULAR

Coronel da reserva da PM será julgado por execução de detento após 27 anos

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

O juiz João Filho de Almeida Portela, do Núcleo de Atuação Estratégia (NAE) do Tribunal de Justiça, marcou para a próxima segunda-feira, 6, o julgamento do coronel Leovaldo Emanoel Sales da Silva, reserva da Polícia Militar, em juri popular. Leovaldo, que é o atual secretário municipal de Ordem Pública de Cuiabá, é acusado de matar um detento após uma rebelião no Carumbé em 1996. A decisão é de terça-feira, 31 de outubro.

A defesa do secretário pediu para que o julgamento fosse adiado por mais algum tempo, mas o juiz negou, pois o caso já tem quase 27 anos.

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“Observa-se que os autos narram fatos ocorridos em 10 de dezembro de 1996, cuja denúncia foi recebida em março de 2004, sendo os acusados pronunciados em 2012, ou seja, o presente feito ‘arrasta’ por aproximados 20 anos e integra a Meta 2/CNJ. Portanto, a substituição da data atrasaria ainda mais a entrega da prestação jurisdicional”, explicou o magistrado.

Nos autos, o magistrado narra que após a fuga de 50 detentos do antigo Carumbé, o 3º Batalhão da PM, que tinha Leovaldo Sales como tenente-coronel à época, atendeu ao chamado. Desses 50 foragidos, 15 detentos foram recuperados, entre eles Cláudio Andrade Gonçalves, que mais tarde foi encontrado morto na estrada para Barão de Melgaço.

No momento da captura dos detentos, Cláudio Andrade Gonçalves não estava ferido para ser levado ao hospital e a TV Centro América fez as filmagens de Claúdio sem ferimentos. Os policiais contaram que iriam levar os homens para receber atendimento médicos e relataram que, no meio do caminho, eles haviam fugido. Além das imagens da televisão que contestam a versão, os familiares do secretário afirmaram que ele estava ausente no momento do ocorrido.

"Então, no dia 06 / janeiro / 1997, foram localizados dois cadáveres, com sinais de execução, na estrada de Barão de Melgaço, enterrados como indigentes no cemitério público municipal de Campo Santo, Parque Cuiabá. Foi realizado pedido de exumação dos corpos, pelo órgão ministerial, onde comprovou, através de laudo de identificação, que o material biológico pertencia a pessoa de Cláudio de Andrade Queiroz", expõe trecho nos autos.

Além do coronel Sales, também serão julgados José Luiz Vallejo Torres, Douglas Moura Lopes, Angelo Cassiano de Camargo, Mariano Mattos do Nascimento e Antônio Bruno Ribeiro.

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