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Judiciário Terça-feira, 09 de Julho de 2024, 10:18 - A | A

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"BANDIDOLATRIA"

Comandante da PM critica denúncia do MP contra tenente por matar assaltante

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

O coronel Alexandre Mendes, Comandante-Geral da Polícia Militar, criticou a decisão do Ministério Público Estadual (MP-MT) de denunciar o tenente-coronel Otoniel Gonçalves Pinto por matar o criminoso Luanderson Patrik Vitor de Lunas, que participou de um assalto à sua casa em novembro de 2023. O MP também pediu indenização para a família do criminoso por dano moral.

Em nota divulgada à imprensa, o coronel Mendes contestou a decisão do MP e afirmou que “vivemos um tempo de inversão de valores”. Ele classificou a situação em que o bandido sai beneficiado como “bandidolatria”.

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“É difícil provar ao cidadão de bem que uma vítima de um assalto em sua própria residência, ao defender a sua família, reagindo em legítima defesa, possa se tornar réu em uma ação penal por homicídio praticado contra aquele que o assaltou. Difícil explicar, ainda, que alguém disposto a roubar e matar possa levar ao tribunal do júri quem legalmente se defendeu na mesma proporção. Vivemos um tempo de inversão de valores, para dizer o mínimo”, diz o trecho.

Otoniel também divulgou uma nota, onde explica sua versão sobre como ocorreu o assalto seguido da morte de Luanderson. Ele afirmou que, após sofrer com a ação criminosa dos bandidos, agora sofre violência do Estado.

“Depois de suportar a violência de um criminoso, vou enfrentar a violência do Estado que me acusa de ser homicida por ter defendido minha família, meu lar, minha fortaleza!”, disse Otoniel.

A Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (ASSOF) declarou estar "perplexa e indignada" com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual ao juízo da 12ª Vara Criminal de Cuiabá contra o Tenente Coronel da Polícia Militar.

"[...] A crítica ao Ministério Público (MP) não parte apenas da ASSOF, mas de todos os militares estaduais, que se veem chocados com a denúncia, a qual espera-se não prosperar perante os tribunais. [...] O representante do MP ainda foi mais longe, requerendo indenização à família pela morte do assaltante. Não há muito o que falar, mas o sentimento de indignação dos policiais militares deve ser compartilhado por toda a sociedade", diz trechos da nota enviada à imprensa", diz trecho da nota enviada à imprensa.

O caso

No dia do crime, o tenente Otoniel havia chegado em casa após levar os filhos à escola. Ao entrar no imóvel, foi surpreendido por um dos criminosos, que o levou para o próximo andar, onde fez reféns sua esposa, Leila Cristina Lopes de Araújo, e seu sogro, Donato Alves de Araújo.

Após roubar alguns pertences de dentro da casa, Otoniel foi levado até a parte de baixo da residência para abrir o portão para os assaltantes.

Depois de ser liberado, o PM voltou para dentro de casa e pegou uma arma. Ao sair na calçada, avistou um carro na frente da casa dando apoio aos criminosos. Nesse momento, Otoniel realizou oito disparos, atingindo Luanderson, que era o motorista. Ele morreu ainda no local.

 

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