Assassino confesso de Thays Machado, 44 anos, e William César Moreno, 30, o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra já tinha antecedentes criminais por ameaçar mulheres com as quais havia se relacionado. A informação foi revelada na decisão judicial que converteu a prisão em flagrante para preventiva, proferida nesta sexta-feira, 20 de janeiro, pela juíza Ana Graziela Corrêa, da 1ª Especializada em Violência Doméstica de Cuiabá.
Na decisão, a juíza cita a existência de medidas protetivas pleiteadas por outra mulher, em 2016, que já se dizia ameaçada por Carlos Alberto.
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A juíza também ressalta que o irmão de Thays informou às autoridades policiais que a vítima sofria constantes assédios por parte do assassino, que lhe telefonava com certa frequência para “perturbá-la na intenção de reatarem”.
O irmão de Thays revelou ainda que Carlos era ciumento e agressivo durante o relacionamento com a vítima.
“[...] Chegou a arrombar a porta de sua casa e por várias vezes em que Thays saía, Carlos fazia chamada de vídeo para que Thays mostrasse aonde estava e com quem estava; Que Thays confidenciava ter muito medo de Carlos Alberto”, relatou o irmão da vítima, em depoimento à polícia.
Diante disso, a juíza afirmou que o histórico de Carlos indica uma escalada no comportamento violento contra mulheres, o que afasta a tese de que a neuropatia causada pela diabetes teria influenciado em sua atitude. Ademais, a juíza cita que a neuropatia diabética se limita a afetar os nervos periféricos do corpo, não causando qualquer afetação neurológica capaz de alterar o comportamento do paciente.
“Diante disso, rui por completo a frágil e estapafúrdia justificativa do custodiado acerca dos motivos que o teriam levado ao cometimento do crime ao aduzir que estaria acometido por “neuropatia diabética” que haveria lhe “descompensado emocionalmente”, primeiro pelos indícios de que seu “descompasso emocional” é muito anterior ao crime e tem outras origens que não a doença diabetes”, afirmou.
O CASO
Carlos Alberto matou Thays e Wlliam no final da tarde de quarta-feira, 18 de janeiro, em frente ao edifício Solar Monet, em Cuiabá. Relatório preliminar da Politec aponta que as vítimas foram atingidas com três tiros cada e morreram na hora.
Os tiros foram disparados de dentro do carro de Carlos, um Renault Kwid. Ele fugiu em seguida, mas foi localizado horas depois em uma fazenda da família em Campo Verde, a mais de 140 quilômetros do local do crime.
Preso em flagrante, Carlos confessou a autoria do crime, mas se recusou a dar detalhes. Ele afirmou que sofria de neuropatia diabética e, por isso, passava por uma ‘descompensa emocional’.