O candidato a prefeito de Cuiabá, Abílio (Podemos), denunciou uma suposta 'coação' de servidores públicos municipais para trabalharem na campanha de segundo turno do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), postulante à reeleição. A denúncia foi feita durante uma live nas redes sociais, na tarde deste sábado (21).
Ele, ao lado de candidato a vice-prefeito da chapa, Felipe Wellaton (Cidadania), apresentou um áudio e que afirma ser da ex-coordenadora técnica de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Miriam Pinheiro, prima de Emanuel, em que obriga os funcionários públicos a se empenhar na campanha. A mídia foi anexada a uma ação de investigação judicial eleitoral apresentada pelo candidato contra seu adversário no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT).
Nela, Abílio pede à Justiça a cassação do registro de candidatura de Emanuel e do vice dele, José Stopa (PV) e inelegibilidade por oito anos por conduta vedada. Além disso, pede aplicação de multa contra Miriam e outro servidor comissionado também por conduta vedada.
Na ação, o candidato do Podemos alega que o áudio foi gravado durante uma suposta reunião entre os servidores da Secretaria Municipal de Saúde. Na gravação atribuída a Miriam, a mulher pede a união de todos porque a maioria que estavam no local não era concursado e os que eram "dependem do plus que recebe a mais". Ela ainda ressalta que será "pedra no sapato", convoca todos a irem às ruas após às 18h.
"Não tem filho pequeno, tem o marido (traz o marido), tem a mulher... paga, tem vó, a criança não vai ficar, não tem Conselho Tutelar que vai tirar a criança de vocês por 13 dias tá, não tem marido ciumento, não tem nada vamos para a rua mesmo", diz trecho da descrição do áudio que está na ação.
"Gente e é assim, falar eu voto mas e aí, seu voto, nãoooo seu voto, é abrir a boca gente, é igual falar, é tirar a bunda da cadeira, por que ano que vem, se aquele trambiqueiro (Louco) ganhar todo mundo vai para a rua", trecho outra parte da decupagem.
Durante a conversa, a mulher pede para que todos vistam a camisa para garantir o emprego nos próximos anos.
"Gente e é assim, falar eu voto mas e aí, seu voto, nãoooo seu voto, é abrir a boca gente, é igual falar, é tirar a bunda da cadeira, por que ano que vem, se aquele trambiqueiro (louco) ganhar todo mundo vai para a rua", diz parte da transcrição.
Na ação, o jurídico da campanha de Abílio alega que a pressão feita pela mulher cria "estados mentais de medo" e que os servidores são constrangidos pela ameaça de que terá um coordenador de olho na "equipe".
No processo a equipe do candidato cita que a gestão de seu adversário foi marcada por "corrupção e o aparelhamento da máquina pública como instrumento de fortalecimento político" e que a cassação do registro de candidatura de Emanuel e Stopa "da esperança do povo e a sua consequente inelegibilidade são capazes de restaurar a dignidade da coisa pública e trazer reflexos positivos para o cidadão".
Outro lado - Em nota, Pinheiro afirma que a denúncia não é verdadeira. Ele alega que sua prima foi exonerada em agosto deste ano para que pudesse participar da eleição como candidata a vereadora de Várzea Grande.
"Portanto, os fatos narrados dizem respeito a uma iniciativa exclusivamente pessoal, ação de uma cidadã sem nenhum vínculo com o Poder Público Municipal da Capital", diz trecho da manifestação.
Não conseguimos o contato com Miriam Pinheiro. O espeço continua aberto para futuras manifestações.
Veja a nota da íntegra:
Nota à Imprensa
O prefeito de Cuiabá e candidato à reeleição, Emanuel Pinheiro (MDB), informa que a denúncia realizada na tarde de hoje (20), não é verídica. A senhora Miriam de Fátima Nascheveng Guimarães Pinheiro não é servidora do município de Cuiabá. Ela reside em Várzea Grande onde possui o seu domicílio eleitoral. Foi exonerada da rede municipal de Saúde para concorrer a cargo eletivo pela cidade de Várzea Grande em 14 de agosto de 2020.
Portanto, os fatos narrados dizem respeito a uma iniciativa exclusivamente pessoal, ação de uma cidadã sem nenhum vínculo com o Poder Público Municipal da Capital.
Nesta oportunidade, Pinheiro reafirma que cabe, exclusivamente à ela, responder por seus atos e que jamais coadunará com medidas que transgridam os princípios éticos da gestão publica e da democracia.
Atualizada às 16h59
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