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Economia Quinta-feira, 22 de Julho de 2021, 06:00 - A | A

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RETOMADA

Último na recuperação, setor de serviços volta a empregar

O terceiro setor é um dos últimos a se recuperar dos prejuízos da pandemia, mas melhora ainda está represada em atividades específicas

Priscilla Silva

Repórter | Estadão Mato Grosso

A desaceleração da pandemia reaqueceu as atividades no setor terciário. Dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio, mostram que o índice de atividade do setor de serviços cresceu 1,2% em relação ao mês anterior, já com ajuste sazonal. O setor de serviços era considerado o mais afetado pela pandemia e apresentava lentidão na recuperação. Por isso, o resultado positivo elevou o otimismo dos empregadores e um dos seus resultados é a oferta de trabalho.

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Sendo o último grande setor a reaver o nível de atividade pré-pandemia, o setor de serviços já contabiliza mais admissões do que desligamentos, com saldo de 838 mil vagas. O ritmo de crescimento ficou em 4,6%, inferior à média do mercado de trabalho (+6,8%) e ainda se concentra em profissões específicas.

“A desaceleração da pandemia a partir do segundo trimestre de 2021, o avanço da vacinação no Brasil e a consequente tendência de queda no isolamento da população têm possibilitado, assim, o reaquecimento do nível de atividade no setor terciário e, consequentemente, da demanda por profissionais de transporte em um contexto de taxa de desocupação elevada”, explica Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Segundo Fábio, mesmo diante de uma taxa de desocupação significativamente alta, o movimento de contratação desses profissionais indica um maior grau de confiança por parte dos empregadores em uma retomada consistente do nível de atividade até o fim de 2021.

“Confiança que se reflete nos sucessivos reajustes das expectativas quanto ao desempenho da economia em geral e do setor de serviços em particular para o segundo semestre deste ano”, observa o economista.

Na análise feita pela CNC ficou demonstrada como ocorre essa recente retomada de empregos celetistas. Para a avaliação foram usados dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) dentro de um período de doze meses encerrados em maio de 2021.

Áreas drasticamente afetadas na primeira onda da pandemia, como as de profissionais de transporte aéreo, escolar e urbano, voltaram a ter estoque positivo no país. No ranking criado pela CNC, profissões relacionadas a serviços de transporte aparecem em nove das 15 profissões elencadas como as com maiores avanços relativos no estoque de pessoas ocupadas.

O destaque dentre as ocupações no setor de transporte foi para o engenheiro aeronáutico, que aparece na 2ª posição do ranking, com um avanço de 20,8%, no período analisado.

“A presença de profissionais ligados ao setor aéreo no ranking das profissões com maiores altas surpreende e sugere uma expectativa mais favorável para o setor nos próximos meses. O transporte aéreo foi um dos setores que reagiram mais rápida e negativamente à primeira onda da pandemia no segundo trimestre do ano passado e nos três primeiros meses deste ano. Acreditamos que poderá ocorrer uma reação significativa desse setor nos próximos meses, caso haja continuação na redução de contaminações geradas pela pandemia”, observa José Roberto Tadros, presidente da CNC.

Entre o final de fevereiro e o início de maio do ano passado, a retração na demanda por serviços de transporte aéreo levou a uma redução de 92% no fluxo de aeronaves nos 34 maiores aeroportos do Brasil. Consequentemente, o Caged registrou um saldo negativo de 9.242 mil postos de trabalho no setor aéreo entre abril e novembro de 2020 – perda equivalente a 14,9% da força de trabalho do setor.

Ainda sobre as áreas ligadas aos transportes, as admissões também cresceram, nesta ordem, para; monitor de transporte escolar (18,5%), cobrador de transportes coletivos (18,4%), comissários de voo (13,5%), operador de atendimento aeroviário (11,7%), motorista de ônibus urbano (10,5%), agente de viagem (10,3%), bilheteiros (10,1%) e operador de centro de controle- ferrovia e metrô (10%).

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