O traçado do trecho de extensão da Ferrovia Senador Vicente Vuolo, antiga Ferronorte, ainda segue sob sigilo, mas os responsáveis pelo projeto garantem que os trilhos passarão por Cuiabá. O esboço de como será a Baixada Cuiabana no futuro começou a ser rabiscado ao longo desta semana. O perfil do terminal ferroviário de cargas que será construído em Cuiabá beneficiará a indústria local, que deixará de depender exclusivamente das rodovias para aquisição de insumos e escoamento da produção.
Dois encontros para discutir o perfil do terminal ferroviário de cargas de Cuiabá ocorreram na última quarta-feira (23), na capital. Produtores, empresários e lideranças dos setores da indústria e do comércio estiveram reunidos com Douglas Goetten, representante da Brado Logística, empresa especialista no mercado de contêineres no Brasil e um dos braços da Rumo Logística, concessionária que está responsável pela expansão da Ferronorte.
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“Queremos conversar com todos, contemplar desde o pequeno até o grande empresário”, afirmou Goetten, ao expor do terminal de Rondonópolis que já saem 1.500 contêineres/mês e chegam aproximadamente 700 contêineres/mês.
“A ferrovia vai passar por Cuiabá! Os estudos de viabilidade já apontam isso e o que está em pauta são questões com relação ao desenho, custo, traçado, além das técnicas com a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT)”, ressalta Francisco Vuolo, presidente do Fórum Pró-ferrovia em Cuiabá, articulador dos encontros.
Uma das sugestões feitas à empresa partiu do presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior. Ele sugeriu que seja fornecido à Brado um mapa de projeção, contemplando todos os segmentos produtivos do comércio como forma de auxiliar na prospecção de novos clientes.
“Os municípios que contemplam o Vale do Rio Cuiabá (Baixada Cuiabana) compreendem um terço da população mato-grossense e, consequentemente, de consumidores. Por isso, vemos com bons olhos essa vinda da Brado para conhecer um pouco mais do potencial que temos a oferecer”, justificou Wenceslau.
A divulgação do traçado continua sob sigilo para evitar especulação imobiliária nos terrenos por onde a ferrovia irá passar.
PENDÊNCIAS - Um dos assuntos pendentes a ser resolvido junto à ANTT é o processo de retomada da concessão do trecho entre os municípios de Rondonópolis e Sorriso. A concessão desse segmento havia sido devolvida ao governo federal e deixou de constar no Plano Nacional de Viação.
Indústria e comércio serão beneficiados
O potencial industrial da Baixada Cuiabana ficará mais evidente com a chegada dos trilhos e a construção do terminal de cargas. O terminal da capital será responsável por trazer insumos e produtos e levar de volta produtos da indústria cuiabana. Esse transporte deverá ser feito via contêineres, pela empresa Brado Logística.
“A ferrovia é indutora do desenvolvimento. A partir do momento que ela chegar à Baixada, novos investimentos serão atraídos e a indústria irá crescer. Vamos continuar a ser o estado do agro, mas não exclusivamente agro. Queremos verticalizar a nossa produção, para que ela seja transformada aqui, gerar empregos e renda”, vislumbra Francisco Vuolo, presidente do Fórum Pró-Ferrovia em Cuiabá.
A logística feita via ferrovia ampliará oportunidades de negócios na região e os empresários da indústria e do comércio já estão atentos para a novidade. Durante as conversas com a Brado, eles conheceram o funcionamento do modal ferroviário.
“Tivemos reuniões importante com a Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá (Aedic) e representantes do comércio, que fizeram uma série de ponderações e entenderam melhor o funcionamento do modal ferroviário. Também nos encontramos com representantes do setor de materiais de construção, que têm interesse na vinda de produtos para Cuiabá. A visita da Brado veio para potencializar e vislumbrar o formato e desenhar o terminal da capital, que já foi confirmado”, conta Vuolo.
A expectativa do Fórum é que um desenho mais concreto do projeto de expansão da ferrovia seja apresentado até o fim deste ano.
