Tempos de crise também são tempos propícios à criação de novas alternativas de negócios. A restrição social imposta como medida preventiva à expansão do novo coronavírus, causador da Covid-19, pegou muita gente de surpresa, mas já quem esteja usando esses limões para fazer uma limonada. Para garantir a segurança dos consumidores, empresas e autônomos têm se dedicado à prestação de serviço delivery.
A recomendação de que a população fique em casa fez disparar o mercado delivery no país. Nos últimos três anos, os aplicativos de comida delivery ficaram conhecidos no mercado como uma ferramenta prática que otimizava o tempo dos trabalhadores. Com a restrição social, o serviço virou a primeira opção da maioria da população.
O empresário Cícero Noriler, juntamente com seus sócios da empresa CNJ, está entre essas empresas que passaram a ofertar novos serviços. Antes da crise, a empresa dedicava-se ao serviço de compra e entrega de produtos para empresas privadas e órgãos públicos. Com a redução das atividades desses setores, a empresa optou por ampliar seus negócios e agora atende também as pessoas físicas.
“Decidimos aproveitar a nossa estrutura e logística e adaptamos para as pessoas físicas. Começamos agora. Apesar de já termos planos para isso, é tudo novo, por isso ainda estamos em processo de adaptação”, explica Cícero.
O serviço de mercado delivery na empresa de Cícero atende pedidos de Cuiabá e Várzea Grande. O pedido mínimo para contratação é de R$ 100. A taxa de serviço corresponde a 20% do valor da compra.
Neste momento de pandemia, a empresa não realiza compras de materiais como álcool e equipamentos de proteção individual (como máscaras e luvas). Os demais produtos de gêneros alimentícios, material de limpeza e higiene pessoal podem compor a lista. Interessados podem entrar em contato com a empresa através do número 65 99908-2927.
Feirante se reinventa para vencer a crise
Ao contrário da empresa de Cícero, que já tinha um projeto para oferecer serviços delivery, a autônoma Kalinne Castro teve que reinventar seu negócio de uma hora para a outra. Ela vendia peixes em uma feira na Estrada da Guia. Com a suspensão da realização de feiras livres, ficou sem uma fonte de renda, mas logo iniciou em um novo empreendimento.
“Eu trabalho com feiras e os meus clientes quiseram continuar comprando. Então, fiz uma tabela de preços e envio por meio de entregadores. Não esperava por isso, não tive tempo de pensar em taxas para entregas para regiões distantes. Essa foi uma saída inesperada, mas que tem me ajudado a ter uma fonte de renda”, relata Kalinne.
A expectativa é que o número de clientes cresça com a proximidade da Semana Santa, de 5 a 11 de abril, período em que tradicionalmente há uma demanda maior no mercado de peixes. “Por enquanto está bem tranquilo, mas acredito que os pedidos irão aumentar na Semana Santa, caso continue essa quarentena”, prevê a empreendedora.
Interessados em comprar peixes da Kalinne podem entrar em contato através do telefone 65 99951-3545.
Assim como Kalinne, a maioria dos pequenos e médios empreendedores não estavam preparados para as vendas on-line e delivery, mas o momento pede pressa em uma readequação dos negócios.
“Como a atividade deles está restrita por decreto, a empresa tem que se recolocar rápido, buscar conhecimento em marketing digital, e-commerce e outros. Essas informações estão disponíveis no nosso portal”, explica Sandro Rossi de Carvalho, responsável pela Gerência de Competitividade Empresarial e Territorial do Sebrae-MT.
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DELIVERY JÁ ERA TENDÊNCIA
A pesquisa “Tendências do Consumidor em Supermercados 2018/2019″, realizada pelo Ibope Inteligência a pedido da Associação Paulista de Supermercados (APAS), mostrava que 15% dos consumidores brasileiros já tinham aderido a compras de produtos de supermercados pela internet.
Na região do Centro-Oeste, que inclui Mato Grosso, a pesquisa identificou que o perfil dos consumidores em ambientes e-commerce. Eles davam preferência a alimentos básicos (50%), artigos infantis (39%) e frios e laticínios (22%).