Após sofrer um grande tropeço no início do ano, a produção industrial de Mato Grosso apresentou um notável avanço no mês de junho, impulsionada principalmente pelos setores de alimentos e biocombustíveis. Com o crescimento registrado em junho, o setor fechou o primeiro mês ‘no positivo’ dentro do acumulado do ano. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Comparado ao mesmo período do ano anterior, Mato Grosso registrou um aumento de 10,5% nos últimos 12 meses, de acordo com dados compilados pelo Observatório da Indústria do Sistema Federação das Indústrias (Fiemt). Já no acumulado do ano de 2023, o crescimento da produção é de 1,2%, o primeiro resultado positivo do ano.
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Silvio Rangel, presidente do Sistema Fiemt, ressalta o forte desempenho da indústria mato-grossense em relação ao restante do país. Conforme os dados do IBGE, Mato Grosso é o terceiro estado com maior crescimento da produção nos últimos 12 meses, superado apenas por Espírito Santo (11,8%) e Rio de Janeiro (11,7%). A média nacional da produção industrial registrou um incremento de 0,3%.
“Tivemos uma pequena queda na produção no início do ano, mas já estamos recuperando e estamos com saldo positivo e numa realidade diferente da média nacional, mostrando que Mato Grosso é terra de oportunidades”, disse.
Rangel demonstrou otimismo com o desempenho da indústria no segundo semestre, devido à recuperação da economia mato-grossense. Ele também avalia que o corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, deve impulsionar os investimentos e potencializar a recuperação da indústria local.
“Temos uma perspectiva bem positiva do estado no segundo semestre em razão de vários fatores, mas principalmente de uma recuperação da economia. Agora, começando a baixa da taxa de juros, vai ser importante também. Mato Grosso, no segundo semestre, tem tudo para ter realmente uma recuperação muito importante da indústria”, avaliou.
DESEMPENHO NO MÊS
Considerando a comparação de junho com o mês de maio deste ano, a produção industrial nacional apresentou um tímido avanço de 0,1%. No âmbito regional, apenas seis dos quinze estados pesquisados alcançaram taxas positivas no último mês: Espírito Santo (4,6%), Rio de Janeiro (3,2%), Santa Catarina (2,6%), Mato Grosso (2,2%), Goiás (1,8%) e Bahia (0,5%).
ALIMENTAÇÃO É DESTAQUE
O êxito da indústria mato-grossense se deve principalmente ao desempenho positivo dos setores de produtos alimentícios, com destaque para carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, que experimentaram um crescimento de 9,31%, segundo dados da Fiemt. Além disso, o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com foco no álcool etílico, também teve uma alta de 0,65%.
“A produção de Mato Grosso contribui para a oferta global de alimentos. O estado é um dos principais produtores de alimentos do Brasil, com uma indústria consolidada”, disse Rangel.
A produção de biocombustíveis também despontou como um fator crucial no cenário da agroindústria de Mato Grosso, evoluindo significativamente ao longo dos últimos anos. Rangel enfatizou a produção de etanol, que " ultrapassou 4 bilhões de litros, sustentada principalmente pelo aumento da produção de etanol de milho, que responde por cerca de 75% da produção de etanol do estado".
O setor de etanol tem projeção de crescimento vertiginoso para a próxima safra. As projeções do setor apontam para a produção de 5,3 bilhões de litros de etanol na safra 2023/24, o que representa o aumento de mais de um bilhão de litros em relação à safra 2022/23.
