A quantidade de pessoas que considera seu animal de estimação como um filho ou membro da família disparou durante a pandemia. O aumento da consideração aos cães saltou de 49% em 2019, antes da pandemia, para 69% durante a crise sanitária no Brasil. Com o crescimento da importância dos pets para as famílias, houve expansão no mercado de produtos e serviços voltados aos bichanos, movimento que deve ser mantido em 2022.
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Estima-se que no Brasil existam quase 144 milhões de animais de estimação. Como o país tem uma população estimada em 213,3 habitantes, é possível inferir que 67% dos lares tenha pelo menos um bichinho.
“A pandemia aproximou os tutores com seus pets. Os tutores passaram a conviver mais com seus cães e gatos, o que ajudou seus donos a enfrentar o contexto difícil que a pandemia trouxe. Esse maior apego de tutores com seus animais também é demonstrado na evolução de como estes enxergam seus pets. Em 2019, a percentagem daqueles que enxergavam seus cães ou gatos como filhos ou membro da família já era alta, mas em 2020 e 2021 aumentou. Além disso, aqueles que consideram seus pets como bichos de estimação diminuíram consideravelmente e a percepção desses animais como companhia aumentou”, aponta o relatório de mercado da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpe).
Com a mudança no comportamento, os gastos com cuidados e bem-estar animal passaram a compor itens essenciais no orçamento de alguns brasileiros. A saúde animal está entre os serviços que registram alta na demanda.
Nas clínicas veterinárias, “apesar da pandemia, a metade dos profissionais (49%) entrevistados relatou que o volume de atendimentos aumentou”, aponta o levantamento realizado pelo Comissão de Animais de Companhia (Comac). A pesquisa, feita em abril, contou com a participação de 94 veterinários, com atuação em todas as regiões do país.
Outro estudo mais recente, realizado pela agência SA365, demonstra que as buscas associadas aos animais de estimação atingiram novo recorde em outubro de 2021. O volume de buscas por informações ou serviços para pets “segue em constante aumento desde 2020, quando registraram o maior volume nos últimos cinco anos”, afirmam os analistas. Para esse estudo foram utilizadas ferramentas de pesquisa como o Google Trends e análises de publicações no Instagram, Facebook e TikTok.
Um resultado que chamou a atenção da equipe de pesquisadores é o crescente aumento da procura por termos relacionados à saúde animal.
“Entre 2019 e 2020, temáticas relacionadas ao acolhimento e segurança do animal doméstico começaram a ganhar destaque e, neste sentido, termos como: adoção, abrigo para animais, resgate e seguro estiveram em alta. A partir de 2020 e 2021, nota-se o aumento expressivo dos usuários nas buscas por assuntos relacionados à saúde dos pets, já que termos como ‘planos de saúde para animal’ e ‘Samu Pet’ apresentaram crescimento”, diz o estudo.
Cuidados preventivos, vacinas e tratamentos são algumas das assistências à saúde animal que geram custos consideráveis no orçamento familiar. Pensando no futuro e segurança dos pets, a demanda por planos de saúde para os bichanos está em alta no mercado.
Plano de saúde pet traz economia
Donos de cães foram os que mais buscaram atendimento veterinário durante a pandemia. A estimativa é que 88% dos tutores de cães buscaram um profissional, contra 72% dos tutores de gatos. Vacinação e consulta preventiva estão entre os motivos mais citados dentre os entrevistados, com 77% e 68%, respectivamente.
Para chegar a um diagnóstico, cada tutor gastou pelo menos R$ 190, considerando os preços com saúde animal praticados em Cuiabá. No município, as consultas variam entre R$ 90 e R$ 110. O valor soma-se às vacinas anuais (V8 e V10). Para cães, por exemplo, elas custam em média R$ 80, com marcas nacionais.
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“Temos muita procura por planos de saúde aqui na clínica. Até tínhamos um que era voltado para cuidados preventivos, mas por questões operacionais suspendemos. Ainda avaliamos a criação de um, mas estamos estudando”, informou a atendente de uma clínica veterinária localizada no bairro Jardim Imperial, em Cuiabá.
Aliviar o peso do custo com saúde animal em suaves parcelas contribui para um diagnóstico precoce e mais barato. Uma ida emergencial à clínica veterinária pode custar mais de um salário mínimo (R$ 1,1 mil). A soma de exames como ultrassom, raio-x, sangue e medicação passa de R$ 1,5 mil para o tutor.