O governador Mauro Mendes (UB) alertou os prefeitos mato-grossenses para se prepararem para o período de recessão da economia global e a queda na arrecadação prevista para ocorrer em 2023. O alerta foi feito para mais de 100 prefeitos em reunião na Capital, na qual o chefe do Executivo estadual também reforçou o pedido para que os gestores municipais apoiem a reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Para Mauro, o cenário econômico mundial está “altamente desfavorável”, com grandes economias reduzindo a atividade econômica, o que “certamente” vai afetar o Brasil. Sob outro prisma, as projeções apontam para queda de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que já é sentida pelo Estado e municípios. Na última semana, o governo confirmou queda de 22,8% na arrecadação em setembro, o que representa cerca de R$ 500 bilhões no caixa do Estado.
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A orientação do governador é ter cautela para não lançar obras e depois não conseguir honrar com os pagamentos das medições.
“É importante estar de olho nisso, para ninguém ficar achando que tudo está uma maravilha. De repente faz uma lei, um orçamento carregado, cheio, abre o orçamento, começa o ano empolgado e depois vem as consequências”, disse.
O objetivo do governador é garantir um ambiente favorável aos investimentos privados, com o Poder Público garantindo os investimentos essenciais, como na Infraestrutura, Educação, Saúde e Segurança. Portanto, não é interessante iniciar obras e depois parar por falta de recursos. “Aí cria um efeito exatamente contrário, de percepção negativa”.
Ainda em conversa com os prefeitos, o governador disse que já vem prevendo a crise há três meses e preparando o Estado para esse momento de turbulência. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, segundo o gestor, já captura um pouco do que deve acontecer. Segundo informações de bastidores, a LOA do Estado está subestimada em R$ 5 bilhões.
Além disso, o governo também busca autorização da Assembleia Legislativa para remanejar até 30% do orçamento sem precisar pedir a autorização do Parlamento.
A leitura do governador é que a redução da atividade econômica nos grandes blocos, como dos Estados Unidos, União Europeia e China, deve provocar uma queda na demanda pelas commodities mato-grossenses, como a soja, milho e algodão. Isso poderia reduzir a atividade econômica do Estado e, por consequência, a arrecadação.
Além disso, há uma possibilidade, ainda que remota, de os preços das commodities caírem, ao mesmo passo em que os custos aumentam devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, que levou ao encarecimento de insumos e combustíveis.
“Os preços podem dar uma despencada, porque crise econômica mundial é vender menos algodão, menos soja, menos carne. Isso pode derrubar os preços e os custos subirem. Pode haver aí um ‘efeito x’ e trazer consequências negativas”, alertou o governador.