As licenças ambientais para construção da Ferrovia Estadual Senador Vicente Vuolo devem ser concedidas à Rumo Logística nas próximas semanas, permitindo o início da instalação dos trilhos que devem chegar a Cuiabá e até Lucas do Rio Verde. A expectativa é que, após o início das obras, os trilhos cheguem a Cuiabá em 5 anos e em Lucas nos próximos 8 anos.
Francisco Vuolo, secretário de Desenvolvimento Econômico de Cuiabá e presidente do Fórum Pró-Ferrovia, destaca que todos andamentos em relação à ferrovia estão sendo cumpridos ou já foram, como a realização de audiências públicas, processo de licitação e outras determinações da legislação em vigor.
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“Estamos no aguardo apenas da formalização das licenças prévias e de instalação. Inclusive, a Sema [Secretaria de Estado de Meio Ambiente] já manifestou de forma positiva. Aguardamos esse desfecho de forma oficial pra gente comemorar, tendo em vista que Cuiabá e todo o estado de Mato Grosso vão ter o benefício direto da construção da ferrovia”, afirma.
Quando tiver as licenças em mãos, a empresa responsável pela construção deve anunciar um cronograma detalhado das intervenções. Estão previstas construções de terminais ferroviários em Cuiabá, Primavera do Leste, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
Francisco Vuolo adianta que, nos próximos dias, as partes interessadas no processo vão se reunir com representantes da Rumo para “prospectar prazos e diretrizes” do projeto. Ademais, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico tem se debruçado sobre adequações no Plano Diretor para preparar Cuiabá para a chegada dos trilhos.
A expectativa é que a chegada dos trilhos também impulsione toda a economia da Baixada Cuiabana e demais municípios onde os trilhos vão passar, estimulando a instalação de agroindústrias, que poderão industrializar as commodities produzidas no “celeiro do mundo”, como soja, milho, carnes e outras matérias-primas.
Segundo Vuolo, as atenções da Prefeitura de Cuiabá e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico estão voltadas para preparar a população para as oportunidades que vão surgir.
“O prazo até lá [chegada dos trilhos em Cuiabá] é de cinco anos e, por isso, a importância do trabalho que estamos fazendo para poder preparar a cidade para esse impacto positivo que a ferrovia vai trazer, com a redução de custo de frete, além da atração de inúmeras empresas, em função dessa alternativa de logística que teremos”, conclui.
OUTROS PROJETOS
Além da Ferrovia Estadual Senador Vicente Vuolo, estão em andamento na região do Araguaia as obras da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), conduzidas pela Valec, um “braço” de infraestrutura da mineradora Vale. A ferrovia vai ligar os trilhos que ligam Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT), importantes regiões produtoras dos dois estados.
Como consequência disso, o economista Vivaldo Lopes acredita que Mato Grosso deve passar por uma “quarta revolução”, com a industrialização da produção agropecuária.
“A chegada em breve de duas ferrovias vai oferecer melhor infraestrutura logística para o transporte da produção industrial, melhorando a competitividade e aumentando o interesse de investidores nacionais e estrangeiros. Vejo na industrialização a grande prioridade de todos os mato-grossenses”, avalia o economista.
