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Economia Quarta-feira, 19 de Outubro de 2022, 07:00 - A | A

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OUTRO PATAMAR

Industrialização do "ouro branco" avança em Mato Grosso

Com incentivos fiscais e material de qualidade, estado atrai empresas e deve industrializar até 30% da produção de algodão nos próximos anos

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

O algodão produzido em Mato Grosso tem sua qualidade reconhecida mundialmente e é cobiçado por toda indústria têxtil. Porém, a industrialização do ‘ouro branco’ em Mato Grosso tem se destacado cada vez mais, com previsão de que a industrialização alcance 30% da produção nos próximos quatro anos. A avaliação é do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.

Segundo Miranda, somente 6% da produção é industrializada no estado atualmente, resultado dos esforços da gestão estadual, com a revisão de benefícios fiscais e investimento em infraestrutura de logística. Apesar de ainda pouco industrializar o algodão, o potencial do estado se mostra gigante, já que responde por cerca de 70% da produção nacional da pluma.

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Recentemente, César Miranda e Alexandre Lopes, prefeito de Campo Verde, estiveram na Feira Brasileira Indústria Têxtil (Febratex), em Blumenau (SC), onde os representantes de Mato Grosso destacaram as vantagens de se investir no Estado, assim como no município de Campo Verde, um dos maiores produtores de algodão do estado.

“Nós temos alguns contatos que já estão iniciados. Agora, são investimentos grandes, que demandam primeiro uma segurança jurídica, que desde 2019, quando o governador Mauro Mendes entrou, passou a dar ao investidor mato-grossense. Nós estamos trabalhando muito nesse setor e já temos algumas fiações no Mato Grosso”, afirma.

Além da indústria inicial, que produz os fios, ainda há mais espaço para os demais processos industriais da cadeia produtiva do algodão, como a tecelagem, tinturaria e confecção. Para abrir esses caminhos, o governo encomendou um estudo técnico que visa equilibrar o incentivo fiscal entre a industrialização e exportação da pluma em Mato Grosso, pois é um produto muito requisitado no mundo.

“Essas questões tributárias, muitas das vezes, são os pequenos nós que precisam ser desatados para que se torne mais interessante vir se instalar em Mato Grosso do que continuar produzindo na região Sul e Sudeste do país”, explica.

Esse cenário menos complicado tem atraído cada vez mais indústrias do setor para o estado. A mais recente a chegar em Mato Grosso é a gigante Incofios, que se instalou em Campo Verde neste ano, com um investimento de mais de R$ 150 milhões. A empresa já tinha escritório em Mato Grosso, mas, com o fim da pandemia, viu o cenário mato-grossense como uma oportunidade de estabelecer sua produção no ‘berço’ da sua matéria-prima.

“Tenho certeza que os melhores incentivos fiscais para toda a cadeia do algodão estão em Mato Grosso. E isso foi construído com o setor e demais órgãos do governo do Estado, Secretaria de Fazenda, Casa Civil. O próprio governador participou em alguns momentos, para que a gente desse um incentivo que fosse atrativo para as indústrias virem se instalar em Mato Grosso”, conta.

A produção de Mato Grosso nesta safra está estimada em 4,44 milhões de toneladas de algodão. Atualmente, o estado tem como os maiores clientes a China, Tailândia e Indonésia, dentre outros países que industrializam o produto.

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