Após meses sofrendo com longas filas para abastecer com gás natural veicular (GNV), os motoristas de Cuiabá começam a ver um alento. É que chegaram à capital os primeiros equipamentos para acelerar o abastecimento e permitir que mais veículos sejam atendidos a cada vez. Os pedidos tinham sido feitos em dezembro de 2020, mas atrasaram por causa dos problemas na cadeia de suprimentos provocados pela pandemia de covid-19.
Nesta quinta-feira, 23 de dezembro, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo-MT) informou que já realizou a instalação de um compressor no Posto América, localizado na Avenida Archimedes Pereira Lima, a Estrada do Moinho. Com isso, o posto passa a atender quatro veículos por vez, com pressão alta nos ‘dispensers’ (equivalente às bombas de gasolina).
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"Hoje o tempo de espera varia entre 15 e 30 minutos, o que está dentro da normalidade nos postos que comercializam GNV. Agradeço a compreensão dos clientes”, disse Nilson Teixeira, dono do Posto América.
Conforme o Estadão Mato Grosso tem noticiado desde outubro, os motoristas de aplicativo de Cuiabá enfrentavam filas de até 2 horas para abastecer com o GNV, devido à baixa quantidade de dispensers e à pouca pressão existente na hora do abastecimento. À época, a GNC já havia informado que encomendou os equipamentos, mas não os havia recebido ainda.
O compressor que entrou em operação no último final de semana foi encomendado em 11 de dezembro de 2020, há mais de um ano. Na ocasião, a empresa responsável pela distribuição do gás natural em Mato Grosso, GNC Brasil, encomendou dois novos dispensers e compressores.
“Não é um problema particular de Mato Grosso. Uma das soluções apresentadas pela Companhia Mato-Grossense de Gás (MT Gás) aumentaria muito o custo do produto. Além disso, outras soluções não chegarão em curto prazo. Isso precisa ficar o mais claro possível, pois a comercialização de GNV não pode ser gerida por ações amadoras. A GNC busca fazer o que é seguro ao motorista”, explicou Aldo Locatelli, dono da GNC Brasil e presidente do Sindipetróleo.
Atualmente, Mato Grosso consome em torno de 600 mil/m³ de gás. Mais da metade deste volume destinado aos postos e o restante vai para indústrias. A demanda tem crescido principalmente após os diversos aumentos nos preços da gasolina e do etanol. Por ter o melhor rendimento por quilômetro rodado, o gás natural veicular permite hoje uma economia média para os motoristas de cerca de 60% em relação ao etanol.
CONTRATO FIRME - Mato Grosso vai começar 2022 dando um passo a mais para melhorar e aumentar a infraestrutura dos postos de combustíveis que trabalham com o Gás Natural Veicular (GNV). Isso porque entrará em vigência o ‘contrato firme’ com a Bolívia para fornecimento do combustível.
O ‘contrato firme’ prevê multas altíssimas em caso de descumprimento e permite que Mato Grosso receba até 3,5 milhões de metros cúbicos (m³) de gás natural por mês em 2022, montante que pode chegar a 6,5 milhões de m³ até 2027. O combustível é usado principalmente por motoristas de aplicativos que optaram pela conversão de seus carros diante das constantes altas de preços da gasolina e etanol, mas também é uma alternativa para as indústrias, como fonte de energia mais barata.
Com essa garantia de fornecimento do gás pela Bolívia, o governo do Estado espera transmitir confiança aos empresários para que eles façam investimentos para abrir novos postos. O governo também pretende fazer investimentos por meio da GNC Brasil, responsável pela compressão do gás natural.