Mais de 1,7 milhão de mato-grossenses devem receber a primeira parcela 13º salário na próxima semana, o que deve injetar cerca de R$ 2,5 bilhões na economia local, considerando só a primeira parcela e uma renda média de R$ 2.958. Cerca de 58% desse montante deve ir para compras de presentes e realização de eventos de Natal e Ano Novo, estima a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Ao Estadão Mato Grosso, o economista Vitor Galesso destaca que, mesmo antes de receber, boa parte do décimo já está comprometido. Isso porque o custo de vida dos brasileiros aumentou de forma significativa e a renda não acompanhou a inflação. Além disso, Vitor cita que o 13º é uma forma de incrementar a renda e aumentar o consumo no final do ano.
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“Por conta disso, as pessoas usam para comprar, vão usar para comemorações, para festas. A maior recomendação que a gente faz é ser muito cuidadoso no aspecto da facilidade do negócio. Aproveita, mas evite o desperdício de qualquer forma. Se puder fazer compras e não gastar todo o décimo, guardar um pouco para o início do ano, é o melhor caminho”, afirma.
Vitor lembra que o início do ano traz uma série de despesas que pesam mais no orçamento, como pagamento de mensalidades escolares dos filhos, material escolar e o pagamento de impostos, como IPTU e IPVA. Diante disso, é importante ser criterioso na hora de comprar e não abusar dos parcelamentos para não “virar o jogo, de endinheirado para endividado”.
“O consumidor está bastante consciente das questões. O que ele precisa é ter noção em relação ao décimo, que o fundamento é saber usar bem. Eu recomendo isso como economista há muitos anos, evitar jogar dinheiro fora. Gastar com o que realmente é importante e gastar com aquilo que realmente faz diferença para as pessoas”, completa Galesso.
O 13º também é uma boa oportunidade para saldar dívidas em atraso. 17% dos entrevistados afirmaram que vão gastar o recurso para esse fim. Na avaliação do presidente da CNDL, José César da Costa, antes de decidir o que fazer com o dinheiro do décimo terceiro salário, o ideal é que o consumidor faça uma análise de sua situação financeira e estabeleça prioridades.
“É importante o trabalhador ficar atento aos gastos e priorizar o pagamento de dívidas. O país vive um momento de alta inadimplência e a entrada do 13º salário é a oportunidade de colocar as contas em dia e fechar o ano com o orçamento organizado”, afirma Costa.
O presidente da CNDL alerta que é importante considerar os gastos que costumam aparecer no começo do ano, como o IPTU, as matrículas escolares e o IPVA, por exemplo.
“Além do pagamento de dívidas, é o momento do trabalhador se organizar para os gastos extras. O início do ano é sempre o momento de pagamento de impostos e de taxas, como matrícula, e também compra de material escolar, por exemplo. Uma reserva extra deve ser organizada para não ser pego de surpresa e já iniciar o ano endividado”, alerta.