A Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) incluiu a necessidade de estimular a atração de trabalhadores para o estado no documento que cita as prioridades da indústria até 2026. A sugestão foi dada em razão da falta de mão de obra qualificada no Estado, somada à falta de interesse das pessoas que não estão no mercado de trabalho.
No documento, a Fiemt destaca que Mato Grosso é o segundo estado com menor nível de desemprego, ou seja, quase pleno emprego. Entretanto, ainda existem muitas vagas abertas no setor industrial e poucos interessados em ocupá-las. A falta de capital humano é vista como um dos principais entraves ao desenvolvimento econômico do estado.
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“Apesar dos esforços feitos por diversas entidades educacionais, com destaque para o Sesi e o Senai, a falta de profissionais qualificados é um grande entrave para o desenvolvimento do setor industrial de Mato Grosso. Um arranjo melhor estruturado entre entidades que têm o papel de oferecer cursos e também de atrair as pessoas para essas oportunidades é fundamental para o desenvolvimento do setor produtivo”, afirma o documento.
O assunto também foi tratado durante a entrega do documento ao governador Mauro Mendes (União Brasil), na última terça-feira (20). Com a previsão de crescimento nos investimentos privados em Mato Grosso, a principal preocupação é a oferta de mão de obra para os empregos que existem e para as novas funções que devem aparecer no futuro.
“É fato que, assim, trabalhador profissional, mão de obra, está faltando. Tem gente que não está pronto para os empregos que existem, tem gente que não tem nem escolaridade para ficarem prontos para os empregos que existem. Tem gente que está nos programas sociais e não está procurando emprego, isso é um fato”, afirmou o presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, em conversa com empresários.
Essa falta de mão de obra também foi constatada em estudo realizado pela consultoria Tendências e pelo Centro de Liderança Pública (CLP), divulgado na última semana. O estudo mostra que Mato Grosso é o quinto estado mais competitivo do Brasil, além de ocupar o primeiro lugar no quesito solidez fiscal. Entretanto, é o 19º colocado no quesito ‘capital humano’, justamente por falta de mão de obra. Apesar disso, o estado melhorou em 5 posições neste quesito em relação ao ano de 2021.
Questionado sobre o tema, o governador Mauro Mendes (União) admitiu a possibilidade de criar políticas publicar que ajudem a ‘resgatar’ pessoas que já desistiram de se qualificar para retornar ao mercado de trabalho.
“O governo não pode obrigar ninguém, ir lá e fazer com que elas obrigatoriamente venham para o mercado, venham trabalhar. Num lado, as políticas que existem de assistência, de segurança alimentar, elas são necessárias, mas tem algum nível de pessoas que se aproveitam disso e deturpam a função desse trabalho e isso acaba sendo desestímulo para algumas pessoas”, disse Mauro.