Um grupo internacional de ativistas e políticos de esquerda virá ao Brasil no dia 15 de agosto, com o objetivo de fazer pressão contra a construção da Ferrogrão, ferrovia que deve ligar Sinop aos portos de Miritituba, no Pará. A informação foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo nesta segunda-feira (19).
A Ferrogrão é um sonho antigo dos produtores da região Norte de Mato Grosso, pois sua construção pode derrubar o preço do frete em até 30%, aumentando a competitividade do agronegócio mato-grossense no mercado mundial. No entanto, o projeto é marcado por entraves ambientais, pois o traçado da ferrovia corta terras indígenas e áreas de proteção ambiental da Amazônia.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo de WhatsApp e receba as notícias em tempo real (clique aqui).
Essa polêmica ambiental atraiu a atenção de uma parcela da Internacional Progressista, entidade criada no ano passado pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis. O grupo reúne políticos, ativistas e celebridades de diversos países em torno de pautas ambientais e progressistas.
De acordo com as informações da Folha, a delegação que virá ao Brasil ainda está sendo formada. Ela deve incluir parlamentares da Espanha e da Alemanha, lideranças indígenas dos Estados Unidos e outros ativistas. A visita atende a um convite feito pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que é contrária à construção da Ferrogrão.
A delegação deve passar seis dias no Brasil, período no qual irá visitar as cidades de Brasília (DF), Santarém e Belém (PA) para participar de encontros sobre a ferrovia. A agenda também deve incluir reuniões com membros do Ministério Público, lideranças indígenas, órgãos de controle e partidos de esquerda.
Os processos de construção da ferrovia encontram-se paralisados desde março deste ano, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a eficácia de uma lei que reduziu o tamanho do Parque Nacional do Jamanxin para permitir a construção da Ferrogrão. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes apontou vício na forma como a alteração ocorreu, por meio de medida provisória, sem a realização de audiências públicas.
Com cerca de mil quilômetros de extensão, a Ferrogrão tem um investimento estimado em cerca de R$ 21 bilhões e é considerada a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para a logística brasileira. O planejamento prevê que a ferrovia esteja concluída até 2030.
