A logística é, historicamente, o maior gargalo para o desenvolvimento da economia de Mato Grosso. Entretanto, o ano de 2021 começa com a promessa de reverter esse quadro. Ao todo, cinco grandes projetos estão em andamento no Ministério de Infraestrutura e devem promover uma revolução na logística. Tratam-se construção ou ampliação de malhas ferroviárias e rodovias, além de concessões à iniciativa privada.
Localizado no centro da América do Sul, distante de todos os portos e dos maiores centros de consumo do país, os produtos da indústria mato-grossense custam mais em razão da logística ineficiente. Isso faz que atividades os municípios do estado percam em competitividade e dificulta a atração de investimentos. O cenário começa a mudar agora, com a construção de novas ferrovias no estado.
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“Mato Grosso terá um grande desenvolvimento social e econômico com a construção de ferrovias, que se conectarão com as rodovias federais, auxiliando no escoamento das riquezas do estado”, destaca o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporta (Dnit).
Três projetos de linhas férreas compõem o plano estratégico do governo federal para Mato Grosso. Conduzidos pelo Ministério da Infraestrutura, sob o comando do ministro Tarcísio de Freitas, esses projetos devem avançar em 2021. O resultado será uma imediata redução do custo logístico.
Veja quais são eles:
FERRONORTE
Os trilhos da Ferronorte atualmente encontram-se em Rondonópolis. Operada pela concessionária Rumo, existe um projeto de investimentos na ordem de R$ 6 bilhões na extensão da ferrovia até Cuiabá e depois seguindo para o Norte, até Sorriso. Ao todo, o projeto da empresa prevê a construção de três novos terminais para o transporte da produção agrícola e industrial. O avanço dos trilhos da Ferronorte está sendo possível graças à renovação antecipada da chamada Malha Paulista.
FICO
No começo deste ano deverá ter início a obra para expansão da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que ligará Água Boa até Mara Rosa, em Goiás. O ramal vai conectar-se à Ferrovia Norte-Sul, permitindo o escoamento da produção do Vale do Araguaia por Itaqui, no Maranhão, ou ainda, no futuro, pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste, a FIOL, que chegará ao Porto de Ilhéus, na Bahia. O projeto da FICO é tido como um dos mais sustentáveis do programa de concessões do governo federal.
FERROGRÃO
Existe ainda em Mato Grosso o projeto da Ferrogrão, que ligará Sinop ao porto de Miritituba, onde se conectará ao modal hidroviário até Santarém (PA). O projeto prevê que a ferrovia tenha capacidade para transportar cerca de 58 milhões de toneladas por ano. Além da economia que os produtores teriam com o transporte, a ferrovia facilitaria a logística do escoamento dos grãos e provocaria menos danos às rodovias.
RODOVIAS
O projeto de concessão de um vasto trecho das BRs 163 e 230 deve ser feito de modo conjunto, integrando o Sul do país às regiões Centro-Oeste e Norte. O eixo permite a ligação do Porto de Miritituba/PA ao terminal ferroviário de Rondonópolis/MT. Segundo a proposta, dentre as finalidades da concessão está: dar condições para o escoamento de grãos compatível com a estrutura portuária existente e reduzir os custos operacionais e os tempos de viagem dos veículos.
