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Cidades Quarta-feira, 09 de Agosto de 2023, 16:41 - A | A

Quarta-feira, 09 de Agosto de 2023, 16h:41 - A | A

DEMITIDA POR TELEFONE

Um mês após demissão, enfermeira fala pela primeira vez e acusa interventora de mentir

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

A enfermeira Ana Cristina Sampaio de Souza, que trabalhava há 2 anos e 11 meses na Policlínica do Coxipó, resolveu se pronunciar sobre sua demissão, assinada pela interventora Danielle Pedroso Dias Carmona, no dia 6 de julho. Ao Estadão Mato Grosso, a profissional revelou ter sido demitida por telefone, sem nenhum processo administrativo para investigar a suposta denúncia de que não haviam médicos na unidade. Segundo a enfermeira, a interventora mentiu sobre o caso.

De acordo com a profissional, Carmona chegou à unidade aquele dia querendo informações sobre a falta de atendimento de crianças. Ana Cristina afirma que havia encaminhado duas mães para o Hospital Estadual Santa Casa por não haver médico pediatra disponível na policlínica. 

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“Perguntei em um grupo [em aplicativo de conversa] sobre a disponibilidade de pediatras, mas não fui respondida, então orientei duas mães de que não teriam pediatras na policlínica e que elas teriam que buscar atendimento na Santa Casa. Daniela não gostou da resposta e disse que não era para encaminhar ninguém”, conta.

Após responder a primeira pergunta da interventora, Ana conta que Danielle passou a questionar inúmeras vezes sobre o motivo de um idoso ter ficado esperando mais de 2 horas para ser atendido. A enfermeira então teria explicado que a unidade estava desfalcada, pois dois enfermeiros estavam em casa, um de folga e o outro estava com atestado médico.

Ana Cristina ainda afirma que a interventora passou então a exigir a lista dos pacientes que já teriam passado tanto pela triagem quanto pelo atendimento médico. A enfermeira, porém, teria dito que não tinha acesso aos documentos e, mesmo assim, Carmona continuava a insistir.

“Quando eu percebi que nenhuma resposta minha iria sanar as dúvidas dela eu disse: ‘Olha Dani, eu não sei o que você quer que eu responda’ e encaminhei ela para o responsável da unidade”, contou Ana Cristina.

A enfermeira disse que não presenciou a discussão da interventora com o médico que também foi demitido.

DEMISSÃO E PROVIDÊNCIAS

Após a confusão na policlínica, Ana conta que quase no final do expediente recebeu um telefonema do Gabinete de Intervenção informando sobre a sua demissão

“No mesmo dia, por volta das 17h recebi um telefonema do Gabinete me desligando da unidade de atendimento de saúde, sem nem ter analisado a suposta denúncia. Continuei trabalhando até as 19h para não deixar minha equipe na mão e pela ética profissional. Saí de lá às 19h18 daquele dia”, explica.

O episódio, segundo a enfermeira, se tornou uma denúncia no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MT), no qual ela acusa a interventora por abuso. Além disso, ela pretende acionar Carmona na Justiça, devido à forma como sua demissão foi noticiada.

A enfermeira conta que desde a demissão está desempregada e já sofre com as contas atrasadas por falta de dinheiro. 

Veja mais sobre o caso AQUI.

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