A enfermeira Ana Cristina Sampaio de Souza, que trabalhava há 2 anos e 11 meses na Policlínica do Coxipó, resolveu se pronunciar sobre sua demissão, assinada pela interventora Danielle Pedroso Dias Carmona, no dia 6 de julho. Ao Estadão Mato Grosso, a profissional revelou ter sido demitida por telefone, sem nenhum processo administrativo para investigar a suposta denúncia de que não haviam médicos na unidade. Segundo a enfermeira, a interventora mentiu sobre o caso.
De acordo com a profissional, Carmona chegou à unidade aquele dia querendo informações sobre a falta de atendimento de crianças. Ana Cristina afirma que havia encaminhado duas mães para o Hospital Estadual Santa Casa por não haver médico pediatra disponível na policlínica.
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“Perguntei em um grupo [em aplicativo de conversa] sobre a disponibilidade de pediatras, mas não fui respondida, então orientei duas mães de que não teriam pediatras na policlínica e que elas teriam que buscar atendimento na Santa Casa. Daniela não gostou da resposta e disse que não era para encaminhar ninguém”, conta.
Após responder a primeira pergunta da interventora, Ana conta que Danielle passou a questionar inúmeras vezes sobre o motivo de um idoso ter ficado esperando mais de 2 horas para ser atendido. A enfermeira então teria explicado que a unidade estava desfalcada, pois dois enfermeiros estavam em casa, um de folga e o outro estava com atestado médico.
Ana Cristina ainda afirma que a interventora passou então a exigir a lista dos pacientes que já teriam passado tanto pela triagem quanto pelo atendimento médico. A enfermeira, porém, teria dito que não tinha acesso aos documentos e, mesmo assim, Carmona continuava a insistir.
“Quando eu percebi que nenhuma resposta minha iria sanar as dúvidas dela eu disse: ‘Olha Dani, eu não sei o que você quer que eu responda’ e encaminhei ela para o responsável da unidade”, contou Ana Cristina.
A enfermeira disse que não presenciou a discussão da interventora com o médico que também foi demitido.
DEMISSÃO E PROVIDÊNCIAS
Após a confusão na policlínica, Ana conta que quase no final do expediente recebeu um telefonema do Gabinete de Intervenção informando sobre a sua demissão
“No mesmo dia, por volta das 17h recebi um telefonema do Gabinete me desligando da unidade de atendimento de saúde, sem nem ter analisado a suposta denúncia. Continuei trabalhando até as 19h para não deixar minha equipe na mão e pela ética profissional. Saí de lá às 19h18 daquele dia”, explica.
O episódio, segundo a enfermeira, se tornou uma denúncia no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MT), no qual ela acusa a interventora por abuso. Além disso, ela pretende acionar Carmona na Justiça, devido à forma como sua demissão foi noticiada.
A enfermeira conta que desde a demissão está desempregada e já sofre com as contas atrasadas por falta de dinheiro.
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