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Cidades Sexta-feira, 04 de Março de 2022, 14:54 - A | A

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NOVELA SEM FIM

Sinfra diz que conclusão do BRT não será maior do VLT e rebate informações sobre valor de tarifa

Rafael Machado

Repórter | Estadão Mato Grosso

Após entidades ligadas ao setor ferroviário terem emitido uma carta manifesto em que aponta inconsistência no edital para implantação do BRT (Ônibus de Transporte Rápido), a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) emitiu uma nota contradizendo alguns apontamentos. De acordo com a pasta, a implantação do modal não irá diminuir a capacidade viária de Cuiabá e Várzea Grande e que o tempo de construção do BRT não é superior ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

No entendimento das entidades, o BRT não estaria pronto em 24 meses, como prevê o Executivo. Para eles, o modal ficaria pronto em 50 meses considerando os prazos do Projeto Básico e a Licença Prévia Ambiental.

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"Não procede a informação de que o tempo para execução das obras do BRT será superior ao VLT, uma vez que a distância, o número de terminais e estações são semelhantes. Além disso, a implantação do BRT não demanda tempo de obra para instalação de trilhos, da rede aérea de tração e das subestações de energia previstas para o VLT", pontuaram.

Sobre o preço da tarifa do BRT, o grupo destacou que a passagem seria mais cara do que o VLT, levando em consideração que o preço total da obra seria de R$ 820 milhões, praticamente o dobro que o governo no projeto, de R$ 430 milhões.

A Sinfra rebateu a informação alegando que o preço estimado do bilhete para o BRT, de R$ 3,04, foi calculado com base no custo operacional de manutenção, administrativos e outros, os mesmos parâmetros utilizados para estimar a tarifa de R$ 5,28 do VLT.

“Para tentar confundir a opinião pública, as entidades incluíram o valor da aquisição dos veículos na tarifa do BRT, mas não incluíram o valor da aquisição dos vagões na tarifa do VLT, tornando impossível a comparação apresentada”, diz trecho da nota.

Por fim, a pasta alega que a carta assinada pelas cinco entidades demonstra "desconhecimento" sobre o comportamento dos usuários do transporte público de Cuiabá e Várzea Grande. Em uma das inconsistências apresentadas no documento destacava que o BRT ocuparia uma faixa de rodagem da pista central, o que poderia piorar o trânsito na área central.

“Uma análise do estudo sobre a origem e destino dos passageiros mostra que a operação de uma linha entre o aeroporto de Várzea Grande e o Porto de Cuiabá não atenderia a demanda da população, que é por acessar a região central da capital, o que forçaria os usuários a realizar mais uma integração”, ressaltou.

Veja a íntegra a nota emitida pelo governo:

Sobre o estudo apresentado por entidades ligadas ao setor ferroviário acerca do edital de implantação do Ônibus de Transporte Rápido (BRT), a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), esclarece que:

1) A implantação do BRT não irá diminuir a capacidade viária de Cuiabá e Várzea Grande. Na maior parte do trajeto, o BRT será implantado na mesma posição proposta para o VLT.

2) O investimento público na compra de ônibus e baterias não será transferido ao usuário do transporte coletivo. A tarifa de R$ 3,04 do BRT, leva em conta o custo operacional de manutenção, administração, entre outros, relativos ao modal, mesmos parâmetros utilizados para calcular a tarifa de R$ 5,28 referente ao VLT.

3) Para tentar confundir a opinião pública, as entidades incluíram o valor da aquisição dos veículos na tarifa do BRT, mas não incluíram o valor da aquisição dos vagões na tarifa do VLT, tornando impossível a comparação apresentada.

4) O Governo do Estado agiu com transparência, sempre apresentando as premissas técnicas utilizadas no processo de escolha do BRT. Por sua vez, as entidades não apresentam nenhuma metodologia utilizada para chegar aos custos do BRT em seu estudo de seis páginas.

5) O sistema de BRT proposto pelo Governo do Estado segue todas as características definidas em manual técnico oficial publicado pelo Governo Federal.

6) Não procede a informação de que o tempo para execução das obras do BRT será superior ao VLT, uma vez que a distância, o número de terminais e estações são semelhantes. Além disso, a implantação do BRT não demanda tempo de obra para instalação de trilhos, da rede aérea de tração e das subestações de energia previstas para o VLT.

7) Com o BRT, o Estado deixará de prosseguir com quase metade dos processos de desapropriações que eram previstos para o VLT.

8) Uma vez que o BRT mantém o mesmo traçado do VLT, a Sinfra-MT solicitou a revalidação das Licenças Prévias e de Instalação já aprovadas para o VLT.

9) Em nenhum momento o Governo do Estado informou sobre a existência de Projeto Básico ou Projeto Executivo do BRT. Vale ressaltar que o VLT também não tinha 100% dos projetos básico e executivo completos, conforme apontam os boletins de medição do empreendimento.

10) A modalidade de RDCi foi a mesma usada para contratar as obras do VLT e tem toda a base legal para ser utilizada.

11) Por fim, a Carta Manifesto demonstra desconhecimento sobre o comportamento dos usuários do transporte público em Cuiabá e Várzea Grande. Uma análise do estudo sobre a origem e destino dos passageiros mostra que a operação de uma linha entre o aeroporto de Várzea Grande e o Porto de Cuiabá não atenderia a demanda da população, que é por acessar a região central da capital, o que forçaria os usuários a realizar mais uma integração.

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