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Cidades Domingo, 27 de Dezembro de 2020, 11:56 - A | A

Domingo, 27 de Dezembro de 2020, 11h:56 - A | A

LONGA INDECISÃO

Relembre os entraves do VLT em 2020 e a mudança para BRT

Noelisa Andreola
Gazeta Digital

Após seis anos de paralisação do Veículo Leve Sob Trilhos (VLT) - inicialmente feito para atender a população e turistas durante a Copa do Mundo de 2014 - o governo de Mato Grosso anunciou no dia 21 de dezembro deste ano que o modal será trocado pelo sistema de transporte do BRT (ônibus de trânsito rápido).


Alvo de vários escândalos e operações por desvio de verba do erário público e pagamento de propina durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa, o VLT foi tema de discussão por diversas vezes em 2020.

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Ainda no final de 2019, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o recurso do Consórcio VLT que tentou suspender a rescisão do contrato com o governo de Mato Grosso para terminar a obra do modal. A ação teve inicio em 2017 com a Operação Descarrilho deflagrada pela Polícia Federal, após Silval afirmar em delação que houve pagamento de propina a ele e demais pessoas de sua gestão.


Em agosto, o procurador-geral da República, Augusto Aras, quis destravar os empecilhos entre o Ministério Público Federal e o governo do Estado. À época, o VLT recebeu o mesmo protocolo firmado entre a Câmara do Consumidor e Ordem Econômica do MPF e o Ministério da Infraestrutura que destravou a subconcessão do tramo central da Ferrovia Norte-Sul.


Ainda neste ano, o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também deu um prazo para o governador Mauro Mendes (DEM) até o mês de setembro para que o gestor apresentasse uma solução para o modal, solução essa que só foi apresentando no final de dezembro.


A proposta de trocar o VLT por BRT apresentada veio com a contrapartida de que serão gastos R$ 430 milhões no novo sistema de transporte, porém o Estado entrou com uma ação de ressarcimento ao erário em decorrência das de atos ilícitos de improbidade administrativa no valor de R$ 830 milhões.


Caso aprovado pelo ministro, o edital da licitação para dar inicio ao BRT será lançado em maio de 2021 e terá o tempo de 24 meses para a implantação completa do modal.


De acordo com o governo, a nova modalidade é mais econômica também para a população, já que o valor da tarifa, que antes era orçada em R$ 5,28 para o VLT, com o novo sistema de transporte sairá a R$ 3,05. Tarifa menor que a praticada em Cuiabá e Várzea Grande que custa R$ 4,10.


Segundo a apresentação feita, o gasto será de R$ 430 milhões para a implantação do BRT contra R$ 763 milhões que faltariam para terminar as obras inacabadas do modal.


Além disso, o valor já vem incluso 54 ônibus elétricos, com possibilidade de ampliação. O sistema também é mais rápido que o VLT, será climatizada, acessível, não terá impacto visual na cidade, e nem ao trânsito e comporta arborização e uma ciclovia.


VLT


As obras do VLT iniciaram em 2012 e previam 22 quilômetros de trilhos divididos em duas linhas: uma que ligaria o aeroporto Marechal Rondon à avenida do CPA em Cuiabá e a outra que ligaria o centro à avenida Fernando Corrêa.
O contrato firmado no governo Silval Barbosa teve o orçamento inicial no valor de R$ 1,4 bilhão. 

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