Um novo alerta acendeu após o novo aumento de casos positivos e óbitos por covid-19 nos últimos dias. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá emitiu um alerta sobre a tendência de mais pessoas testarem positivo para a doença e voltou a colocar em pauta discussões sobre endurecer as medidas de biossegurança, para proteger a saúde e a vida da população.
"Por enquanto, não há nenhuma mudança na programação. Mas, se houver necessidade ou algum agravamento... repito: Deus queira que não haja, mas se houver qualquer necessidade, não tenha dúvidas que estamos prontos para tomar qualquer medida necessária para proteção de todos", disse o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), nesta quinta-feira, 17 de novembro.
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No Brasil, já foram detectadas as novas subvariantes BQ.1 (BQ.1 + BQ.1.1) e BA.5.3.1, classificadas como novas linhagens da Variante de Preocupação (VOC) Ômicron.
Identificou-se um total de 40 casos da sublinhagem BQ.1, em vários estados brasileiros: Rio de Janeiro (12), Amazonas (1), São Paulo (2), Rio Grande do Sul (1), Santa Catarina (5), Distrito Federal (13), Alagoas (1), Espírito Santo (1) e Ceará (4). Somente em 11 de novembro de 2022, foram notificados 19 casos (Santa Catarina, Distrito Federal, Ceará, Espírito Santo e Alagoas).
Também está sendo identificada a sublinhagem BA.5.3.1, com maior número de sequenciamentos no estado do Amazonas (268 casos). Circula ainda pelo mundo a XBB, que é um recombinante das sublinhagens BA.2.10.1 e BA.2.75.
"Estou muito preocupado com essa subvariante, que tem atingido alguns estados, inclusive que já estabeleceram o uso de máscara em ambientes fechados. Tenho conversado diariamente com a Secretaria de Saúde sobre isso com a Vigilância. [...] É porque eles não me deram esse alerta ainda, mas se precisar, vou me reunir extraordinariamente com o comitê de enfrentamento da covid-19 [para decidir quais medidas adotar]", disse Emanuel.
Desde o começo da pandemia, em março de 2020, até esta quinta-feira, Cuiabá registrou 146.324 casos da doença e 3.719 óbitos. Nas últimas duas semanas, 31 pessoas testaram positivo para a doença, mantendo a capital no grupo de cidades com risco baixo de transmissão.
O QUE FAZER?
Segundo o médico infectologista Renato Grinbaum, professor de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), a nova variante que levou a essa onda de casos ainda não exige pânico ou endurecimento das medidas restritivas.
“Mas, já deveríamos ter discutido medidas definitivas, como recomendação de máscaras para pessoas de risco, políticas para diminuição de transmissão em ambientes de aglomeração e investir no programa de vacinação, um dos maiores sucessos de diversos governos brasileiros por décadas", disse o médico, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.
O médico pontua ainda que a vacina é a maior aliada para conter o avanço de casos mais graves da doença. "Previne o desenvolvimento de formas graves, mesmo da nova cepa. Se uma população não está bem vacinada, existe o risco de uma nova onda. Por isso, as entidades públicas devem reforçar a vacinação, já que a nova cepa está chegando", pontuou.
Cerca de 93% da população cuiabana acima de 18 anos tomou duas doses da vacina contra o coronavírus. No grupo de 12 a 17 anos, o percentual de pessoas com duas doses é de 57,8%, índice que cai para apenas 30,5% entre as crianças de 5 a 11 anos. Importante ressaltar que a vacinação confere proteção contra os casos graves da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde está fazendo o monitoramento constante dos casos em Cuiabá, não tendo identificado aumento significativo até o presente momento.
VACINAÇÃO
A quarta dose de vacina contra o coronavírus foi liberada para pessoas de 30 anos esta semana em Cuiabá. Para receber o imunizante, deve ser respeitado o intervalo mínimo de 4 meses após a terceira dose.
Todas as unidades básicas de saúde de Cuiabá aplicam vacina para adultos e nove UBS aplicam vacina infantil (Ilza Picolli, Cidade Verde, Jardim Liberdade/ Osmar Cabral, Quilombo, Jardim Vitória I, Novo Paraíso II, Altos da Serra I e II, Pico do Amor e Pedra 90 I e II). As unidades funcionam de segunda a sexta, das 7h às 11h e das 13h às 16h30, com exceção das unidades de hora estendida, que aplicam vacina das 7h às 20h (Tijucal, Ilza Picolli, Clínica da Família, Parque Ohara e Cidade Verde).
Cuidados básicos para reduzir a transmissão de infecções respiratórias agudas:
Manter o esquema vacinal atualizado;
Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
Realizar lavagem frequente das mãos, preferencialmente com água e sabão ou álcool 70%, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir e higienizar as mãos após;
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
Manter os ambientes bem ventilados;
Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
