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Cidades Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024, 10:31 - A | A

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IRRESPONSABILIDADE

Piloto de avião que caiu em MT não tinha habilitação e abasteceu com gasolina automotiva

Carlos Ferreira | Aeroin

Um relatório recentemente emitido pelo CENIPA sobre um acidente com uma aeronave Petrel AV em Mato Grosso indicou que o piloto não estava habilitado e que havia colocado gasolina automotiva no tanque para reduzir os custos de operação. Como resultado, o fator “atitude” foi apontado pelos investigadores como causador do evento, que não resultou em fatalidades.

O que houve

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No dia 10 de fevereiro de 2023, uma aeronave de modelo PETREL AV, matrícula PU-LGD, precisou realizar um pouso de emergência após perder potência no motor durante um voo que havia decolado do Aeródromo de Primavera do Leste (MT), com destino ao Aeródromo de Isaías Luiz Pereira, em Nova Ubiratã (MT). O incidente ocorreu por volta das 09h20 (UTC) e, felizmente, tanto o piloto quanto o passageiro a bordo saíram ilesos.

Após cerca de 25 minutos de voo, a aeronave foi forçada a pousar em uma área de lavoura da Fazenda Luciula, localizada em Campo Verde (MT), onde sofreu danos substanciais. De acordo com as investigações preliminares, o operador da aeronave não possuía a habilitação necessária e não estava registrado no Sistema Integrado de Informação da Aviação Civil (SACI), da ANAC.

Por estar inscrita na categoria de registro Privada Experimental (PET), a operação da PF-LGD deveria seguir as normas estabelecidas pelo Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) nº 91, que exige que pilotos sejam devidamente licenciados e habilitados.

As análises revelaram que para operar um anfíbio como o PETREL AV, o condutor deveria ter, ao menos, o Certificado de Piloto Aerodesportivo (CPA) e a Habilitação de Aeronave Desportiva de Asa Fixa Terrestre (AAFT) válidos.

No entanto, essas documentações não estavam disponíveis para a Comissão de Investigação, assim como o Certificado de Marca Experimental (CME) e o Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE), que são necessários para a operação de aeronaves desse tipo.

O abastecimento da aeronave com uma mistura inadequada de combustível — cerca de 62% de Gasolina de Aviação (AVGAS) e 38% de gasolina automotiva — também pode ter contribuído para a falha do motor.

O uso de gasolina automotiva não é recomendado pelo fabricante e indica uma violação das normas de segurança. Segundo o condutor, a decisão de incluir gasolina automotiva visava reduzir custos, o que culminou em uma operação deficiente e arriscada.

Resultado da investigação

A investigação apontou que as condições meteorológicas no momento eram favoráveis para o voo, e a comunicação do incidente foi feita pela Polícia Civil da região, acionada pelos funcionários da Fazenda Luciula.

A operação da aeronave violou as regulamentações aeronáuticas em vigor. Com isso, ficou claro que a falta de habilitação do condutor, a não apresentação da documentação da aeronave e a utilização de um tipo de combustível inadequado contribuíram para este incidente, evidenciando a necessidade de maior rigor no cumprimento das normas de segurança na aviação civil.

A situação ressalta a importância de assegurar que todos os pilotos estejam devidamente treinados e que as aeronaves operadas atendam a todos os requisitos legais e de segurança para evitar novas ocorrências semelhantes no futuro.

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