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Cidades Quinta-feira, 20 de Outubro de 2022, 08:00 - A | A

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DOENÇA INFECCIOSA

MT registra queda nos casos de sífilis, mas já perdeu 6 bebês

Cátia Alves

Editora-adjunta

Mato Grosso registrou queda no número de novos casos de sífilis adquirida em gestantes, sífilis congênita e óbitos, segundo dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, especial outubro de 2022, divulgado pelo Ministério da Saúde. A doença é causada pela bactéria Treponema pallidum e é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que tem cura, mas pode causar complicações graves se não for diagnosticada e tratada.

De 1998 até junho de 2022, o estado registrou 47 mortes por sífilis congênita em menores de um ano. Só neste ano, foram 6. Em análise realizada nos dados dos últimos três anos - 2020, 2021 e 2022 -, observa-se queda nos diagnósticos da doença nesse mesmo público.

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Em 2020, foram diagnosticados 160 casos positivos, no ano seguinte 109 e, de janeiro a junho deste ano, 66. No caso dos bebês, a doença é transmitida durante a gestação ou parto. Os casos mais graves da sífilis são observados na fase terciária, que é quando não houve tratamento adequado e podem surgir complicações graves, como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, que podem levar a morte.

Também é observado que houve queda no diagnóstico de gestantes com a doença nos últimos três anos. No ano de 2020 foram 928 casos, em 2021 aumentou para 1087, mas neste ano, até o momento, esse número é de 408 gestantes diagnosticadas com sífilis.

Já quanto ao número total de pessoas que testaram positivo para sífilis, foram 1.418 em 2020, aumentando para 1.644 em 2021. Até junho de 2022, foram 713. Os dados são referentes apenas a Mato Grosso.

No Brasil, as cifras são expressivamente maiores. Foram 79.587 casos de sífilis adquirida, 31.090 casos de sífilis em gestantes e 12.014 casos de sífilis congênita.

O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, comemorado nesta quarta-feira (19), acende um alerta aos cuidados, atenção e prevenção. A doença se apresenta em três estágios, sendo no primeiro e secundário as maiores chances de transmissão, via relação sexual com uma pessoa infectada. Os casos mais graves podem levar à morte.

Para identificar se uma pessoa está infectada com a doença, é possível realizar um teste rápido disponível nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), com resultado em no máximo 30 minutos. Segundo o Ministério da Saúde, até setembro de 2022, foram distribuídos 9,5 milhões de testes rápidos para todos os estados e o Distrito Federal. O número supera o de entregas feitas em todo o ano de 2021, que foi de 9,03 milhões.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Para prevenir a sífilis, é fundamental o uso da camisinha masculina ou feminina. É a única forma de evitar a doença. O tratamento da sífilis é feito com antibiótico, que pode ser encontrado nas Unidades Básicas de Saúde. Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado apenas com um teste positivo, sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

A infecção por sífilis pode colocar em risco tanto o adulto como o bebê durante a gestação. Por isso, recomenda-se o acompanhamento e testagem das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal, a fim de prevenir a sífilis congênita.

SÍFILIS CONGÊNITA

A sífilis congênita pode gerar consequências graves ao bebê, como surdez, cegueira, alterações ósseas e deficiência mental, podendo levar à morte. Portanto, toda gestante deve ser testada na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no 1º trimestre da gestação); no início do 3º trimestre (28ª semana); no momento do parto, ou em caso de aborto/natimorto, independentemente de exames anteriores.

SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas variam de acordo com cada estágio da doença. Na fase primária, ocorre o surgimento de ferida no pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele, entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa ferida não causa dor, coceira, ardência ou aparecimento de pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. A ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

Na sífilis secundária, os sinais aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Também podem ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura.

A sífilis terciária pode surgir entre um e 40 anos após o início da infecção e costuma apresentar lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.

Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. A fase assintomática é chamada de sífilis latente, sem sintomas ou sinais, dividida em recente (até um ano de infecção) e a tardia (mais de um ano de infecção).

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