O cortejo fúnebre do motoboy Kelvin Tavarez da Cruz, de 29 anos, reuniu centenas de motociclistas e entregadores de aplicativos na manhã desta terça-feira, 30 de maio, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. A motociata foi marcada por queima de fogos, buzinas e o ronco dos motores das motocicletas, que "gritavam" em protesto pela morte do rapaz. Kelvin foi atropelado por um motorista embriagado no bairro Tijucal, na noite do último domingo, 28.
Imagens registradas pelo Estadão Mato Grosso mostram o “mar” de motocicletas que parou o trânsito de uma das principais avenidas da capital. No topo da passarela de pedestres, pessoas com rojões ajudaram a compor o coro que acompanhou as motocicletas. Eles seguiram em um trajeto que saiu da funerária Dom Bosco com destino ao Cemitério Parque Bom Jesus, no Parque Atalaia.
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Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, o motociclista João “Barbudão”, relatou, na tarde desta segunda-feira (29) que o grupo quer Justiça, pois todos os dias milhares de trabalhadores cruzam Cuiabá e Várzea Grande em suas motos, precisando desviar de buracos e da imprudência de outros condutores.
“Pode puxar as estatísticas de acidentes aí. Hoje o motoboy é o verdadeiro Highlander [personagem do cinema] porque ele desvia do buraco, do óleo, da imprudência dos condutores, do trânsito violento", disse o motociclista
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Ainda nesta segunda-feira, os motoboys incendiaram uma pilha de pneus na Fernando Corrêa, obstruindo o trânsito próximo ao horário de pico. Em entrevista, João comentou que a atitude foi motivada pelo fato que chegou ao conhecimento dos manifestantes que o motorista responsável por atropelar Kelvin foi solto.
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O CASO
Kelvin fazia uma entrega no bairro Tijucal quando morreu. Ele estava no acostamento, em frente à policlínica do bairro, conversando com o cliente para quem entregaria o pedido, quando foi atingido por um carro que trafegava em alta velocidade pela Avenida Espigão. Ele chegou a ser socorrido com vida ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas não resistiu aos ferimentos.
O condutor do veículo estava visivelmente embriagado e chegou a ser conduzido à delegacia, mas foi liberado porque Kelvin ainda estava vivo.
O caso gerou revolta não só por ser mais um motociclista morto nas avenidas de Cuiabá ou por ser mais um acidente fatal envolvendo motoristas bêbados. O sentimento de revolta também está embasado no fato de o motorista que causou a morte do rapaz já ser reincidente. Ele é investigado por causar a morte de outra pessoa, também por dirigir embriagado, em 2015.
