O irmão do o agente de segurança socioeducativo, Alexandre Miyagawa, Gustavo Miyagawa falou pela primeira vez sobre a morte do irmão. Para ele, o vereador Tenente-coronel Paccola (Republicanos) agiu de forma precipitada ao atirar e matar o servidor público na rua Presidente Arthur Bernardes, Bairro Quilombo, em Cuiabá. O homicídio ocorreu na noite do dia 1° de julho.
"Alexandre era referência para mim, era meu irmão mais velho, 11 anos de diferença, eu sempre tive ele como referência, era como eu buscava ser também, eu tinha orgulho dele", disse.
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Gustavo lembra que era bonito e sempre gostava quando o agente o buscava na escola.
Sobre o fato, Gustavo destacou que as imagens mostram que o problema já havia acabado e seu irmão estava indo embora com a namorada, a estudante Janaina Sá.
"Não tinha razão de atirar nele, eles estavam indo embora, pelas imagens que eu vi e que estão sendo divulgadas. Não tinha mais problemas ali, tinha acabado, foi precipitado demais. Invés de dialogar, tentar conversar, mas nem isso teve", destacou.
Gustavo destacou que não nutre um sentimento ruim pelo vereador, mas exige que a justiça seja feita no caso.
"Não é sentimento de ódio, mas de busca por justiça, principalmente pela pessoa que fez isso", completou.
Entenda o caso
Alexandre Miyagawa foi assassinado na noite de sexta-feira (1º), no bairro Quilombo, na capital, quando estava com a namorada, Janaina Sá, após uma confusão em frente a uma distribuidora.
O casal estava num carro branco que tinha entrado na contramão na Rua Presidente Arthur Bernardes minutos antes, porque Janaína queria usar o banheiro da distribuidora.
Após uma confusão, o agente teria sacado uma arma e levantado para cima, segundo uma testemunha. Então, Janaína sai da distribuidora e o namorado segue logo atrás. Nesse momento, o vereador Paccola aparece e efetua os disparos nas costas de Alexandre.
Segundo testemunhas, o vereador parou no local em razão do tumulto e desceu do carro com a arma na mão. Ao ouvir o que acontecia, ele foi até o local onde estavam Janaína e Alexandre.
O que diz o vereador
Paccola se pronunciou sobre o caso pela primeira vez, em coletiva na Câmara de Vereadores, nessa segunda-feira (4).
Ele afirmou que seguiu um "procedimento técnico" e agiu de "forma correta" diante da situação.
Paccola ainda prestou condolências à família de Alexandre e disse que não iria rivalizar com a namorada dele em relação às versões do que aconteceu.
“É triste demais, na minha posição. Então, imagina tirar a vida de um colega de profissão em uma situação que eu realmente não gostaria de estar passando, mas na certeza de ter feito o procedimento técnico, da forma correta”, afirmou.
O que diz a namorada
Janaína Sá disse, em vídeo publicado nas redes sociais, que entrou com o carro na contramão porque queria ir até o banheiro da distribuidora de bebidas, o que motivou um princípio de confusão no local. O namorado dela, Alexandre, também era conhecido como 'Japa', em razão da descendência.
"Sai andando rápido para ir no banheiro na distribuidora e o 'Japa' tem mania de andar com a mão na camisa, mania de policial, tipo fazendo guarda atrás de mim e disse: 'amor espera'. Depois disso eu só vi ele caindo no chão", disse.
Segundo ela, Alexandre estava com um aparelho eletrônico na mão no momento em que foi atingido pelos tiros disparados pelo vereador Paccola.
"Era o celular. Nos vídeos dava para ver que a arma tava nele e tiraram. Ele estava com o celular porque estava o corpo, o celular e a carteira que estava caída no chão. Se ele tivesse com a arma na mão, como o vereador está falando, quando ele tivesse caído, a arma estaria lá, mas estava na cintura, então morto ele colocou na cintura? Depois ele estava falando que deu voz de prisão. Ele não deu porque eu vi", disse.
Os dois mantinham uma boa relação e não houve qualquer ameaça ou briga na ocasião, segundo ela.
O que diz a namorada
Janaína Sá disse, em vídeo publicado nas redes sociais, que entrou com o carro na contramão porque queria ir até o banheiro da distribuidora de bebidas, o que motivou um princípio de confusão no local. O namorado dela, Alexandre, também era conhecido como 'Japa', em razão da descendência.
"Sai andando rápido para ir no banheiro na distribuidora e o 'Japa' tem mania de andar com a mão na camisa, mania de policial, tipo fazendo guarda atrás de mim e disse: 'amor espera'. Depois disso eu só vi ele caindo no chão", disse.
Segundo ela, Alexandre estava com um aparelho eletrônico na mão no momento em que foi atingido pelos tiros disparados pelo vereador Paccola.
"Era o celular. Nos vídeos dava para ver que a arma tava nele e tiraram. Ele estava com o celular porque estava o corpo, o celular e a carteira que estava caída no chão. Se ele tivesse com a arma na mão, como o vereador está falando, quando ele tivesse caído, a arma estaria lá, mas estava na cintura, então morto ele colocou na cintura? Depois ele estava falando que deu voz de prisão. Ele não deu porque eu vi", disse.
Os dois mantinham uma boa relação e não houve qualquer ameaça ou briga na ocasião, segundo ela.
Caso em investigação
O delegado Hércules Batista da Polícia Civil, responsável pela investigação da morte do agente penitenciário Alexandre Miyagawa pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), afirmou que a apuração do caso deve ser concluído em 30 dias e está sendo feita "sem paixões e sem adentrar em outras visões".
É a primeira vez que o delegado se pronuncia sobre a investigação.
Hércules destacou que a delegacia já ouviu o vereador ainda no dia do homicídio e trabalha para esclarecer os fatos o quanto antes.
"O trabalho da delegacia está sendo produzido de forma técnica, sem adentrar em paixões, sem adentrar em outras visões. Cada instituição cumpre com seu papel. Cabe à delegacia definir a autoria e a materialidade do homicídio. O que ocorreu lá é um homicídio e o trabalho está se desenvolvendo", afirmou.
Segundo ele, as testemunhas foram ouvidas, as imagens das câmeras de segurança também foram recolhidas e estão sob análise da polícia. Ele disse que o prazo estabelecido em lei para a conclusão do inquérito é de 30 dias.
Para afastar quaisquer dúvidas, Hércules informou que o trabalho tem se dado de forma séria.
"Nosso trabalho vem sendo desenvolvido de uma forma séria, robusta e se for identificado que for necessário ouvir novas testemunhas, elas serão ouvidas. A lei estabelece um prazo de 30 dias para que a gente conclua as investigações. Acreditamos que iremos concluir nesse prazo", contou.