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Cidades Terça-feira, 02 de Novembro de 2021, 14:00 - A | A

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DOSES EXCLUSIVAS

Cuiabá descarta mix de vacinas na 2ª dose para quem é de fora

Priscilla Silva

Repórter | Estadão Mato Grosso

Em alguns municípios, como a cidade de São Paulo, a intercambialidade entre as vacinas Astrazeneca e Pfizer foi adotada como solução para falta de imunizantes de uma das marcas. A eficácia da “mistura” dessas vacinas já foi atestada em pesquisas e é certificada pelo Ministério da Saúde, emitido pelo aplicativo do Conecte SUS. Mesmo assim, o Município de Cuiabá não adotou essa estratégia.

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“Quanto ao intercâmbio de vacinas entre a primeira e a segunda dose, não está sendo adotado no Município por não haver orientação no Plano Nacional de Imunização (PNI) para isso”, descreve. Por esse motivo, quem vem de fora não está conseguindo completar o esquema de imunização.

Enquanto a resposta ao pedido de mais doses para Cuiabá não chega e o posicionamento da gestão municipal é de não adotar a intercambialidade, os recém-chegados em Cuiabá esperam, sem previsão de data, a 2ª dose da vacina. “Se pudesse, eu tomaria, tranquilamente a Pfizer como segunda dose. Não vejo a hora de completar a minha vacinação”, desabafa Angie Saggin, que voltou a morar em Cuiabá após oito anos. Ela tomou a primeira dose em Maceió.

“A Secretaria Municipal de Saúde destaca que age com responsabilidade, visando não deixar a população cuiabana desassistida e sem a segunda dose – o que já vem sendo registrado em outras cidades –, e conta com a compreensão dos demais cidadãos”, informou a SMS ao Estadão Mato Grosso quando questionados sobre a medida adota.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recebeu no último domingo (31) três lotes do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a fabricação da vacina contra a covid-19. A partir desses insumos poderão ser produzidas 17,4 milhões de doses da vacina da farmacêutica AstraZeneca.

A nova remessa junto com os dois lotes recebidos na sexta-feira (29), será possível produzir 27,2 milhões de doses da vacina. Atualmente, estão em produção e em passam por avaliação de controle de qualidade 15,3 milhões de doses no laboratório de Bio-Manguinhos. Ao todo, as 42,5 milhões de doses deverão ser entregues até 20 de dezembro.

Riscos à população

O esquema vacinal pode ficar comprometido por ausência de regras para vacinação de quem vem de fora. Porém, a disponibilização das doses para todos também pode gerar transtornos. As regiões metropolitanas são as que mais registram aumento de fluxo de pessoas em busca de vacinas. “O contexto de regiões metropolitanas é particularmente preocupante, já que há uma relativa facilidade de deslocamento entre municípios próximos e a notícia de oferta de doses em uma determinada cidade pode gerar um fluxo extra de pessoas, o que pode comprometer as metas de cobertura e causar interrupção momentânea da atividade de vacinação”, alerta os pesquisadores da Fiocruz.

Na maioria dos casos, a corrida pela vacina é desnecessária e é formada por grupos de pessoas mais ansiosas, como é o caso das populações mais jovens. “A medida que é anunciado a diminuição de uma faixa etária em municípios vizinhos ocorre a busca desse imunizante nesse município, provocando fluxos desnecessários, e comprometendo todo o processo de distribuição. “Os cronogramas seguem em descompasso e alguns municípios, sobretudo capitais, têm seu processo de vacinação interrompido”, alerta.

Além dos mais afoitos, os pesquisadores também destacam que os gestores municipais devem criar alternativas de vacinação à casos específicos. Situações em que o deslocamento de uma cidade a outra ocorre por necessidade, como mudanças de moradia ou tratamento médico com internação.

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“O fluxo destas pessoas para a vacinação traz preocupações diretas sobre as possibilidades de contágio [...]. Provavelmente, uma parte das pessoas que aparecem nos fluxos apresentados faz parte da população que, por conta da pandemia, se mudou provisoriamente para outro município”, pontua os pesquisadores, dos quais ressaltam que esse fenômeno não contempla o número excessivo de deslocamentos, por não faltar dados disponíveis para examinar a causa.

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