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Cidades Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2024, 11:23 - A | A

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SITUAÇÃO DRAMÁTICA

Chapada mergulha na crise e vive onda de desemprego após fechamento da MT-251

Hotelaria e restaurantes tiveram queda de 50% no movimento

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (MDB), revelou que a cidade já está mergulhando em uma crise econômica devido às constantes interrupções no tráfego da MT-251, principal rodovia de ligação com Cuiabá. Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, 12 de janeiro, durante inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) às ações emergenciais no Portão do Inferno, Froner afirmou que os preços dos alimentos e demais produtos estão subindo de forma alarmante, ao mesmo tempo em que os comerciantes perdem clientes, tudo por causa da dificuldade de acesso à cidade.

A reclamação de Froner ecoa a preocupação dos comerciantes de Chapada dos Guimarães, já que a economia da cidade tem forte dependência do fluxo de turistas. Segundo o prefeito, a rede hoteleira e gastronômica da cidade já opera com 50% de redução no fluxo, o que tem causado desemprego durante um dos períodos mais importantes do calendário turístico.

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“Além de subir os preços, reduz o seu fluxo de pessoas, que são seus consumidores. Hoje, os nossos restaurantes, as nossas pousadas, a rede hoteleira e de gastronomia estão trabalhando com um fluxo de mais de 50% de redução. Então, já começa a ter desemprego, começa a ter crise econômica”, afirmou.

O prefeito relatou que o preço do frete de mercadorias para Chapada aumentou cerca de 40% desde o fechamento da MT-251 para o trânsito de caminhões. Como resultado, os preços dispararam na cidade. Para se ter ideia, um saco de 5 quilos de arroz chega a custar R$ 55 nos mercados de Chapada, mais que o dobro dos R$ 27 registrados na capital.

“Logicamente que pesa para a nossa população. Nós temos uma população que, na maioria, faz as compras no comércio de Chapada. Poucos têm condição de se deslocar a Cuiabá ou a Campo Verde. Então, quando os custos dos alimentos sobem, a população da classe média e a mais vulnerável sofre muito”, detalhou.

Froner torce para que as ações emergenciais realizadas pelo Governo do Estado na região do Portão do Inferno permitam a liberação do tráfego no período mais curto possível. Ele ainda cobrou que o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) dê autorização para intervenções mais duradouras na região, para evitar novas crises e até permitir a reabertura do ponto turístico do Portão do Inferno.

“Aqui é um ponto em que se precisa fazer investimento rápido para tirar esse gargalo da 251 e também transformar, com a anuência do ICMBio, esse ponto bastante representativo num atrativo turístico, junto com a obra que vai se fazer aqui, para se tornar um ponto de visitação”, afirmou.

AGRAVAMENTO

Froner afirmou ainda que o impacto do fechamento não foi tão grave durante o período festivo de Natal e Réveillon quanto é agora. Na avaliação do prefeito, isso ocorre porque os turistas tinham mais tempo àquela época para aguardar na estrada ou pegar um dos trechos alternativos, o que já não ocorre mais.

“Nós notamos que durante a festividade de Réveillon, por ser uma festividade, as pessoas estavam com tempo para isso. Agora não. As pessoas que vêm a Chapada, que são veranistas de casas de veraneio, que são turistas, elas se preocupam muito no momento de vir e a complicação para voltar”, concluiu.

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