Trinta artesãos mato-grossenses participam da exposição “Casa do Brasil Central, do Cerrado ao Pantanal”, em cartaz no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, de 12 de agosto a 30 de outubro, reunindo peças de mais de 150 artesãos da região Centro-Oeste compondo um retrato do artesanato dos dois biomas. A mostra, cuja visitação é gratuita, tem curadoria e montagem do designer de artesanato Renato Imbroisi e ocupa todas as galerias do térreo do CRAB. Todas as peças estarão sendo comercializadas.
Promovida pelo Sebrae Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, a mostra propõe um “mergulho” à cultura da região central do Brasil através dessa importante manifestação cultural que é o artesanato. Ela faz parte de um projeto chamado Ocupação que terá ainda ações de cultura, gastronomia e turismo ao longo desses três meses, incluindo a Semana Pantaneira, de 18 a 22 de outubro.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
Mato Grosso participa da exposição com peças em tecelagem, entalhe e pintura em madeira, cerâmica tradicional e esmaltada. “Trata-se de uma iniciativa inédita da região Centro-Oeste, onde estão sendo mostradas as riquezas naturais e culturais do povo da região central do Brasil.
Destaque para a mostra dos artesãos que usam de forma criativa as matérias-primas dos ricos biomas da região, revelando a história, as tradições culturais e a arte popular. Além dos atrativos dos destinos turísticos, da gastronomia e da economia criativa. Um show de arte e beleza para encantar os olhos e os corações. Será uma honra receber brasileiros e estrangeiros no CRAB para valorizar a cultura desse povo que habita as comunidades, os assentamentos e as cidades do coração do Brasil”, aponta Eliane Chaves, diretora técnica do Sebrae MT.
Para Eva Lemes, uma das tecedeiras da Associação TeceArte, do Limpo Grande, em Várzea Grande, participar da exposição é maravilhoso. “Há muito tempo nosso trabalho não era levado em um evento para fora de Mato Grosso”, disse, acrescentando que a expectativa entre elas é grande. Além das tradicionais redes, que consomem até três meses de trabalho para serem concluídas, na mostra há ainda caminhos de mesa, xales e echarpes.
Já Cleide Rodrigues, nascida e criada entre os ceramistas do bairro São Gonçalo, em Cuiabá, diz ser gratificante participar de um evento que engloba os quatro estados do Centro-Oeste. “Fico feliz por estar participando e por representar Mato Grosso”. Ela preparou bichos como capivaras, tatus, jacarés, tamanduás e outras peças ornamentadas com representantes da fauna local.
Mestre Alcides Ribeiro participa com suas violas-de-cocho para decorar (em variados tamanhos), e também com o instrumento, que cada vez mais desperta o interesses de músicos de outras regiões do país. Estará ainda presencialmente mostrando um pouco dessa técnica aprendida com o pai, Mestre Caetano, e com Emanuel Severino.
Pelos cômodos da casa de 440m², o visitante poderá apreciar variados tipos de técnicas de artesanato, tecelagem, bordado, crochê, cerâmica, entalhe em madeira, cestaria, mostrados em ambientes cenográficos. A ideia, segundo Renato Imbroisi, é levar o visitante a percorrer uma “casa” que revele, pelos seus cômodos, tesouros naturais, objetos artesanais e a comida típica da região conhecida como “Coração do Brasil” ou “Berço das Águas”.
No banheiro, vamos ter uma forte representação de águas com peixes, jacarés, serpentes e outros bichos aquáticos. “Não tem como não fazer um mergulho nesse universo que permeia quase todo o Centro-Oeste brasileiro”, constata.
No quarto de dormir, uma cama cenográfica projeta imagens de tecidos, bordados e crochês, assim como mapas da região e pássaros, em vídeos de cinco minutos. Já na cozinha haverá painéis de frutos do Cerrado, cestos, panelas e tábuas de madeira.
Perguntado sobre os critérios para a seleção das peças, explica que o próprio ecossistema dos biomas Pantanal e Cerrado foi o fio condutor. “Esta é uma região longe do mar, mas dominada pelas águas, como muitas nascentes, rios e riachos por toda parte”. Conta que foram montados painéis com árvores, flores, frutos e bichos para aumentar essa conexão dos visitantes. Quanto à estética da exposição, cita um olhar mais apurado, elegante, tons terrosos e cheiros. “Espero que as pessoas se sintam acolhidas e que comprem as peças, tudo está à venda para encher o bolso dos artesãos”, diz da forma divertida que lhe é peculiar.
A intensão é confirmada pelo diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio de Janeiro, Sérgio Malta. “Estamos oferecendo ao público uma das maiores e mais diversificadas mostras de artesanato brasileiro. Queremos, com isso, não só contribuir para essa arte popular e para a cultura do país, mas também gerar renda para o artesão do Centro-Oeste, região que ocupa 19% do território nacional”.
Ao longo do período da ocupação, o CRAB receberá eventos gratuitos de gastronomia, artesanato e turismo da região Centro-Oeste. Na programação, uma imersão gastronômica sobre o Pantanal e Cerrado, oficinas de culinária regional e a Semana Pantaneira.
Sobre o CRAB
Criado em março de 2016, em um prédio histórico da Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, o Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB) completa seis anos de atividades reforçando sua missão de promover o artesanato nacional e contribuir para qualificar a imagem dos produtos feitos à mão no Brasil.
Em suas galerias estão ou passaram importantes trabalhos de artesanato, revelando histórias, origens e territórios.
Serviço
Exposição “Casa do Brasil Central, do Cerrado ao Pantanal”
Endereço: Praça Tiradentes 69/71, Centro do Rio de Janeiro/ RJ.
Funcionamento: De terça-feira a sábado, das 10h às 17h.
Ingresso: Entrada gratuita
Site: https://crab.sebrae.com.br/