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Brasil Quinta-feira, 29 de Agosto de 2024, 08:24 - A | A

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TESTE DE COLISÃO

Veja a lista de como é a segurança dos carros mais vendidos do Brasil

g1

A denúncia do Fantástico de que há quase 2,5 milhões de carros com airbags defeituosos circulando pelo país reacendeu as discussões sobre a segurança automotiva no país. Afinal, desde que o problema com modelos da fabricante Takata foi descoberto, sete pessoas morreram por conta da explosão do airbag com mau funcionamento.

Os airbags são dispositivos de segurança obrigatórios no Brasil e estão ao lado do cinto de segurança como os itens primordiais quando se pensa em um carro com bons níveis de proteção. Mas há muitos outros aspectos que definem que um veículo está devidamente preparado para a proteção dos passageiros (e mesmo de pedestres).

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Na América Latina, o órgão responsável por avaliar todos esses pontos e dar notas para os veículos em questão é o Latin NCAP, ou Programa de Avaliação de Carros Novos para América Latina e Caribe.

Os testes realizados pelo Latin NCAP utilizam carros reais, que os chocam contra barreiras dos mais diversos tipos para avaliar a resistência e eficiência dos materiais utilizados pelas montadoras em seus projetos. São os chamados "crash-tests".

Desses testes é que são extraídas as notas dos carros, que podem ser de zero a cinco estrelas. Quando mais estrelas, melhor é o resultado daquele automóvel no teste de colisão.

O g1 levantou as notas dos 10 veículos mais vendidos do Brasil, segundo o ranking de emplacamentos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Abaixo, você confere as notas atribuídas pelo Latin NCAP na proteção para adulto, além de saber mais sobre como funciona o sistema de avaliação.

Qual a nota dos 10 veículos mais vendidos do Brasil?

Fiat Strada: 1 estrela
Volkswagen Polo: 3 estrelas
Chevrolet Onix: 5 estrelas
Hyundai HB20: 3 estrelas
Fiat Argo: zero
Volkswagen T-Cross: 5 estrelas
Fiat Mobi: 1 estrela
Hyundai Creta: 4 estrelas
Chevrolet Tracker: 5 estrelas
Chevrolet Onix Plus: 5 estrelas

Como as notas são estabelecidas?

O Latin NCAP avalia a segurança desde as versões mais básicas disponíveis no mercado, com o objetivo de estimular as fabricantes a melhorarem o desempenho em segurança de seus carros à venda na região.

Além disso, o órgão também busca incentivar os governos a aplicarem regulamentações exigidas pelas Nações Unidas quanto aos testes de colisão.

Além da versão latina, o NCAP tem correspondentes na Europa (Euro NCAP), Ásia (Asean NCAP), Global NCAP e suas equivalentes, como IIHS (Instituto de Seguros para Segurança nas Estradas) e NHTSA (Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário).

“A ideia principal da nossa organização é democratizar a segurança em um carro: ter a mesma segurança de um carro europeu sem ter que pagar mais por isso. A regulamentação brasileira para segurança dos carros está pelo menos 20 anos atrasada em comparação com a legislação da Europa”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral do Latin NCAP.

Para o Latin NCAP, um carro minimamente seguro deve ter:

Seis airbags;
Proteção ao pedestre;
Controle de estabilidade;

"Ainda não é exigido, mas entendemos que alerta de colisão frontal e frenagem de emergência também deveriam entrar como equipamentos de série para os carros comercializados na região", disse Furas.

Em suma, o Latin NCAP leva em conta os ferimentos em ocupantes, pedestres e motociclistas, além da presença de equipamentos de assistência à condução, como o piloto automático adaptativo e frenagens de emergência.

O que mais faz um carro 'cinco estrelas'?

Em resumo, para estipular a nota de cada modelo, o Latin NCAP avalia os seguintes critérios:

Ferimentos em adultos;
Ferimentos em crianças;
Ferimentos em terceiros (pedestres, ciclistas e motociclistas);
Equipamentos de assistência à condução.

“Não adianta o carro ter ótima segurança para adultos, crianças e um nível excelente de assistência ao motorista. Se tiver um desempenho ruim na proteção para pedestre, vai penalizar o resultado do carro”, alega o executivo.

As lesões para ocupantes são medidas pelos ferimentos percebidos nos ocupantes por meio de bonecos (os “dummies”). O instituto avalia se o veículo conseguiu evitar que os ocupantes tenham ferimentos graves. Quanto mais lesões, pior é a nota do carro.

As lesões para pedestres também são medidas através de “dummies”, em que partes do corpo de um pedestre são projetadas contra o carro para determinar onde e como ocorrem os traumas.

“Carros com a dianteira mais alta, como nos casos de SUV e picapes, tendem a perder pontuação porque o impacto é mais agressivo, o que tem comprometido a capacidade de dar boa proteção para os pedestres”, argumenta o secretário do Latin NCAP.

Já quando se fala sobre tecnologias de segurança, existe uma diferenciação importante: a passiva e a ativa.

A segurança passiva é a mais conhecida, porque ela é responsável por manter a integridade dos ocupantes quando já não há mais alternativas e a colisão é certa; cinto de segurança, airbags e proteções laterais nas portas fazem parte da lista de equipamentos de segurança passiva.

A segurança ativa é chamada assim justamente porque ela deve entrar em ação antes da colisão, ou seja, ela é a protagonista no momento de evitar, ou minimizar, o impacto. E é aí que entra uma outra sigla: ADAS.

O ADAS (Advanced Driver Assistance System), que em tradução livre quer dizer “sistema avançado de assistência ao motorista”, é uma central que reúne diversas tecnologias que auxiliam o condutor a dirigir livre de perigos.

Nesse sistema, estão presentes equipamentos como:

Piloto automático adaptativo;
Frenagem de emergência;
Monitor de ponto cego;
Alerta de colisão frontal;
Assistente de permanência em faixa;
Câmera 360º;
Direção semiautônoma;
Identificador de placas.

E é por isso que o Latin NCAP passará a avaliar a eficiência desse sistema (em automóveis equipados com ele) em 2026. De acordo com Furas, “carros que possuem nota baixa para proteção de pedestre têm a possibilidade de compensar isso com tecnologias de assistência à condução”.

“Mas essa tecnologia ainda não evita 100% dos acidentes. Ainda falta pelo menos uma década para chegarmos a um funcionamento perfeito do ADAS. Até lá, continuaremos precisando de carros com estruturas que não sejam tão agressivas aos pedestres”, defende o secretário.

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