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Brasil Sexta-feira, 14 de Junho de 2024, 08:30 - A | A

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DADOS DO CENSIPAM

Terra Yanomami registra queda de 73% no número de alertas de garimpo

g1

O número de alertas de garimpo na Terra Indígena Yanomami teve queda de 73% nos primeiros quatro meses de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) pela Casa de Governo em Roraima, responsável pela coordenação das operações federais na Terra Yanomami.

De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), que realiza o monitoramento, no primeiro quadrimestre de 2023 foram 378 alertas. Já no mesmo período de 2024, o sistema identificou 102 alertas de janeiro a abril.

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Para o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, os dados do Censipam comprovam a saída de garimpeiros da terra indígena. Desde janeiro de 2023, o governo federal deflagrou uma série de operações para retirar os invasores do território.

“O cerco aos criminosos está se fechando. Com as operações diárias de segurança, estamos inviabilizando a presença dos garimpeiros e, consequentemente, novas áreas de garimpo na TIY”, afirmou.

Por outro lado, dados do sistema de alertas operados por indígenas que vivem no território apontam que 70% das denúncias registradas são sobre presença de garimpeiros. Implantado em setembro do ano passado, há nove meses, o sistema funciona via celular com ou sem acesso à internet - neste período, foram registrados quase quatro denúncias por dia.

A ferramenta usada pelo indígenas é o aplicativo ODK Collect. Ao todo, foram registradas pelos indígenas 70 denúncias sobre riscos sanitários e ambientais nestes nove meses. Dessas, 49 foram relacionadas à presença de garimpeiros. As demais foram sobre incêndios e água contaminada (18%) e de saúde, como casos de desnutrição e surtos de malária (12%).

Já o Censipam utiliza metodologia própria para detectar e qualificar áreas de garimpo, utilizando-se de sistema específico denominado Localização de Garimpos (LOGAR).

Conforme o governo, o LOGAR constitui-se em uma sistemática de análise de imagens de satélites voltada para a detecção, coleta, identificação e armazenamento de feições de áreas de garimpo, buscando qualificá-los e priorizá-los para o planejamento do emprego dos órgãos de fiscalização ambiental.

Esse sistema permite que o Censipam produza comparações efetivas das áreas totais garimpadas em determinada região, além do número de alertas de garimpo com os períodos anteriores e emita relatórios consistentes.

Como o LOGAR trabalha com imagens de satélites, as análises podem compreender grandes áreas, fornecendo uma avaliação mais abrangente, completa e precisa da atividade garimpeira em toda a extensão da Terra Indígena Yanomani, segundo o governo federal.

Terra Yanomami

Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami está em emergência sanitária desde janeiro do ano passado, quando o governo federal anunciou uma série de ações para conter o avanço do garimpo, incluindo ilegal, além de melhorar e fortalecer o serviço de saúde para garantir atendimentos aos indígenas.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.

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