Quatro dos oito homens mortos em uma área de mangue no bairro das Palmeiras, em São Gonçalo, estavam com roupas camufladas, segundo a Polícia Militar. Na tarde desta segunda-feira (22), seis dos oito homens — cujos corpos foram enfileirados num terreno baldio no início da manhã — haviam sido identificados. Um não tinha passagens pela polícia.
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O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, afirmou ainda que a quadrilha que domina as comunidades do Complexo do Salgueiro, chefiada por Antônio Ilario Ferreira, o Rabicó, se preparou para enfrentar o Bope.
“As vestimentas desses que estão sendo retirados são camufladas”, destacou Blaz. “Esse resultado [oito mortos] não é esperado em um mundo civilizado”, emendou.
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Blaz afirmou que Rabicó “foi colocado em liberdade em 2019 e hoje investe duramente contra a sociedade”. Ele foi condenado a 27 anos de prisão.
“Esse marginal protagoniza inúmeras cenas de banho de sangue que nós não tomamos ciência”, declarou Blaz.
“Foram mais de três dias de confrontos no interior de mata fechada, com ardis paramilitares”, explicou.
Relatos de tortura
Os incidentes no Salgueiro começaram na madrugada de sábado (20), quando o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, do 7º BPM (São Gonçalo), foi atacado a tiros por criminosos durante um patrulhamento em Itaúna, bairro vizinho às Palmeiras e também parte do Complexo do Salgueiro. Leandro morreu no hospital.
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi mobilizado, e os embates se acirraram. Na manhã de domingo (21), uma idosa foi atingida no braço por uma bala perdida.
Moradores das Palmeiras afirmaram que foi uma chacina e que corpos tinham marcas de tortura. Os corpos eram enfileirados e cobertos por lençóis na Rua Pedro Anunciato da Cruz.
“Os corpos estão todos jogados no mangue, com sinais de tortura. As pessoas, uma jogada por cima da outra. Estava com sinal totalmente de chacina mesmo”, relatou um.
“Muito conhecido da gente aqui morreu. A gente estava gritando no mangue para ver se consegue tirar, mas todos mortos”, relatou outra.
“As mães estão entrando dentro do mangue. Com o mangue acima do joelho para poder tentar puxar os corpos”, continuou mais uma. A Defensoria Pública do RJ afirmou, em nota, ter recebido “relatos sobre a violenta operação no Complexo do Salgueiro” e comunicou o fato ao Ministério Público, “para a adoção de medidas cabíveis a fim de interromper as violações”.
Blaz explicou mais cedo que criminosos do Salgueiro tomaram colégios para servir de abrigo.
“A gente já tinha tido inúmeras denúncias de marginais fazendo uso de vestiários, de escolas públicas, ali na região, para transformar em base do tráfico”, afirmou o porta-voz.
“Também tivemos a apreensão de muitos materiais utilizados em combate. Então você tem ali cinto de guarnição, coletes, pistolas, munição”, enumerou Blaz.
“Um sargento foi morto, como vocês relataram, e logo depois desse ataque que vitimou o sargento Leandro, nós tivemos a intervenção de homens do Bope ali na área”, emendou o porta-voz.
“Pelas redes sociais conseguimos receber informações que davam um número muito grande, uma ordem de grandeza bem alta de números de feridos”, disse o porta-voz.