O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quinta-feira (7) que a Polícia Federal tome em 30 dias o depoimento — presencial — do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura se ele interferiu politicamente na instituição.
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Moraes arquivou um recurso da Advocacia-Geral da União. Agora, Bolsonaro poderá marcar dia e hora para prestar esclarecimentos sobre a acusação do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente agiu para blindar aliados e familiares de investigações.
A decisão de Moraes foi tomada após a Advocacia-Geral da União ter informado nesta quarta-feira ao Supremo que o presidente admite prestar o depoimento pessoalmente.
A comunicação foi feita minutos antes de o STF começar o julgamento que iria discutir o modelo do depoimento do presidente, se presencial ou por escrito.
A AGU defendeu anteriormente que o depoimento fosse por escrito por causa do cargo, o que não foi acolhido pelo relator original do caso, o ministro Celso de Mello, que se aposentou no ano passado.
Celso de Mello entendeu que o presidente só tem a prerrogativa de depor por escrito quando figura como testemunha em um inquérito. Neste caso, Bolsonaro é investigado.
Após a informação da Advocacia-Geral da União ao Supremo sobre a intenção de Bolsonaro depor presencialmente, o julgamento acabou suspenso para Moraes avaliar se o recurso ainda deveria ser julgado.
Segundo interlocutores da AGU, Bolsonaro fez um aceno ao Supremo, numa tentativa de mostrar que não estava disposto a criar um novo confronto.
Ministros do Supremo ouvidos pela TV Globo avaliam que o presidente somente se antecipou ao plenário, uma vez que a tendência era de que a maioria determinasse que ele teria de prestar esclarecimentos de forma presencial a um delegado.