Dollar R$ 5,66 Euro R$ 6,09
Dollar R$ 5,66 Euro R$ 6,09

Brasil Sábado, 01 de Junho de 2024, 08:22 - A | A

Sábado, 01 de Junho de 2024, 08h:22 - A | A

BRIGADEIRO COM CHUMBINHO

Mulher suspeita de matar empresário envenenado depõe e não vai presa

g1

O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou nesta sexta-feira (31), durante entrevista à Globonews, que Júlia Cathermol, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, não foi presa após prestar depoimento sobre o caso porque naquele momento não havia base legal para a prisão.

Júlia prestou depoimento sobre a morte do namorado no dia 22, dois dias após o corpo dele ser encontrado em estado avançado de decomposição. Em seu relato, ela contou que saiu da casa de Luiz na segunda-feira (20), após uma briga no domingo (19), mas disse que ele estava bem e que chegou a preparar o café da manhã para ela.

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

"Naquele momento não (tinha base legal para prendê-la). Porque ela não estava em flagrante e até aquele momento nós estávamos procurando a autoria e entender o que tinha acontecido", disse o delegado Buss.

"Naquele momento, a Julia foi chamada e contou a história dela. As incoerências foram surgindo à medida que ela foi prestando as declarações", completou.

O delegado Marcos Buss lembrou ainda que Júlia deu todo seu depoimento de forma fria e que, em determinado momento, ele disse que ela era a principal suspeita pelo crime. Segundo ele, nem assim ela demonstrou alguma emoção.

"Eu falei pra ela: 'Essa história não condiz com a realidade. Você falou que gostava tanto do Luiz Marcelo e eu acabei de falar que ele foi encontrado morto e você é a principal suspeita'. Ela não esboçou uma reação característica, uma reação típica de alguém que é confrontada com essa notícia", comentou o delegado.

O investigador disse ainda que também estranhou que a suspeita foi prestar depoimento sem a presença de um advogado. Segundo o delegado, somente depois de outros depoimentos foi possível entender melhor a participação de Júlia no crime.

"Nós ouvimos diversas pessoas naquela mesma data e ao longo do dia foram surgindo diversas informações e fomos reunindo tudo ali. No dia que ouvimos a Julia, inclusive, achamos que ela sequer iria comparecer a delegacia", disse.

No final do dia 22, o delegado apresentou o pedido de prisão temporária contra Júlia à Justiça, que aceitou e expediu o mandado de prisão contra ela. Desde então, Júlia Cathermol segue foragida da Justiça.

Suyane Breschak, amiga de Júlia que se apresenta como cigana, foi presa por suspeita de participar da trama, recebendo bens da vítima, segundo a polícia.

Na delegacia, ela contou que conheceu Júlia há 12 anos, atuava comos ua mentora espiritual e já havia feito “trabalhos” para ela com alguns ex-namorados. Disse ainda que, por conta desses “trabalhos”, Júlia contraiu uma dívida de R$ 600 mil e que vinha pagando, há cinco anos, R$ 5 mil mensais.

Suyane revelou que a suspeita trabalhava como garota de programa e que todos os “trabalhos” eram feitos para que os companheiros não descobrissem sua profissão. Suyany contou que soube da morte de Luiz Marcelo no dia 18, em um churrasco que fez com a amiga logo depois da entrega do veículo de Luiz.

O carro da vítima teria sido entregue para amortizar a dívida em R$ 75 mil. O veículo, segundo a cigana, foi dado a um ex-namorado, que a ameaçava. Ele também teria recebido roupas e um ar-condicionado da vítima.

Victor Ernesto de Souza Chaffi também está preso, autuado pela recepção do carro.

Mensagens suspeitas

A Polícia Civil do Rio de Janeiro quer saber quem usou o telefone do empresário Luiz Marcelo Ormond, que pode ter sido envenenado e morto pela namorada, para pedir a antecipação de um pagamento que ele teria direito a receber.

O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado dentro do apartamento dele no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, no dia 20 de maio, já em estado avançado de decomposição. A suspeita é que ele tenha sido assassinado pela namorada Júlia Cathermol, com um brigadeirão envenenado, dias antes.

Os investigadores desconfiam que a própria Júlia tenha utilizado o telefone do namorado já morto para negociar o pagamento antecipado de uma parcela de um imóvel vendido por ele para um amigo.

search