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Brasil Terça-feira, 29 de Dezembro de 2020, 11:32 - A | A

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TRAGÉDIA EM FAMÍLIA

Criança de 10 anos mata primo de 9 com arma que estava escondida em sofá

Arma estava na casa da tia das crianças, em Betim; ela foi indiciada por homicídio culposo, posse ilegal de arma de fogo e omissão de cautela na guarda de arma

Rafaela Mansur | OTEMPO

Uma mulher de 29 anos foi indiciada por homicídio culposo após um sobrinho dela, de 10 anos, matar o primo, de 9 anos, com uma arma de fogo que estava na casa dela, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. As crianças brincavam no momento do disparo. A Polícia Civil também indiciou a tia dos garotos por posse ilegal de arma de fogo e omissão de cautela na guarda da arma.

Segundo a corporação, os meninos estavam passando alguns dias na casa da tia, no bairro Recreio dos Caiçaras. Na noite anterior ao fato, ocorrido em 19 de novembro, as crianças acharam as armas — um revólver calibre 38 e uma pistola 40, carregados e com a numeração raspada — dentro do sofá, enquanto a mulher dormia. Os primos brincaram com as armas e as guardaram novamente no sofá.

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Na manhã seguinte, a tia saiu de casa para uma consulta médica e deixou as crianças sob os cuidados de uma adolescente de 16 anos. Enquanto a adolescente tomava banho, os garotos tiraram novamente as armas do sofá e começaram a brincar, até que o mais velho disparou contra o mais novo.

“A vítima estava brincando com a pistola, e a criança que efetuou o disparo, brincando com o revólver. De repente, ela aciona o gatilho e acerta as costas da vítima, que vem a óbito. A criança guarda o revólver de novo no sofá e chama a adolescente”, explica o delegado da Delegacia de Homicídios de Betim, Otávio de Carvalho. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas o menino não resistiu.

De acordo com a Polícia Civil, depois de saber do ocorrido, a tia das crianças fugiu, e a corporação só conseguiu intimá-la cerca de 30 dias depois do crime. A mulher disse aos policiais que as armas pertenciam ao ex-companheiro dela, que era envolvido com o crime e foi assassinado em abril deste ano, e que não sabia que elas estavam na casa. Mas as investigações indicam que ela tinha, sim, conhecimento sobre a localização das armas.

“As armas estavam com acesso muito fácil, guardadas na parte da frente do sofá da sala, era só levantar um pano que as crianças tinham acesso”, diz o delegado.

A criança que efetuou o disparo não responde pelo fato, por ter menos de 12 anos. A tia dos meninos foi indiciada pelos crimes de homicídio culposo, posse ilegal de arma de fogo e omissão de cautela na guarda de arma de fogo, mas não foi presa. Ela tem residência fixa e trabalha como diarista e se mostrou muito abalada com o ocorrido.

O delegado Otávio de Carvalho chama a atenção para a necessidade de que casas com armas e crianças redobrem os cuidados. “Onde há arma de fogo e criança, deve haver a cautela devida, e a arma deve ser guardada com toda segurança para que fatos como esse não ocorram. Há um decreto presidencial regulamentando isso, a arma deve ser guardada em cofre, trancada com chave e em segredo”, conclui.

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