O recém-nascido Ravi Cunha, que tinha sido sequestrado da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda nas primeiras horas de vida, teve alta médica na manhã desta quinta-feira (2). Segundo o avô paterno, a saúde do bebê está perfeita.
A mãe Nívea Maria se recupera do susto de ter o filho sumido e do parto recente, mas também tem boas condições de saúde.
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A família deixou o hospital pouco depois das 13h. "Foi um milagre o que vocês viram, que todos creiam. A partir de agora é só ficar com meu filho em casa", comemorou o pai.
O avô paterno tranquilizou sobre a saúde do pequeno e da mãe.
"Foram feitos bastante exames ontem, também monitoraram durante a madrugada. A mãe está em observação e sendo acompanhada por uma equipe de psicólogos para saber como ela vai reagir a isso tudo", explica o avô, Davi Figueira.
"Toda a família aguarda esse momento tão esperado de alívio. Estamos ansiosos, o pesadelo durou pouco tempo", completa ele.
A principal suspeita do sequestro é uma jovem de 19 anos, identificada como Cauane Malaquias da Costa. Ela teria dito a familiares e ao namorado que estava grávida, e o delegado considera que ela premeditou o crime.
A audiência de custódia de Cauane está marcada para às 13h desta quinta-feira (2). Ela foi levada para o presídio feminino de Benfica na tarde desta quarta, após ser presa em flagrante pelo crime de subtração de incapaz com colocação de lar substituto. A pena é de até 6 anos.
Depois do bebê ser devolvido, a família foi transferida para um quarto com reforço na segurança.
O sequestro
A investigação da 4ª DP (Praça da República) aponta que Cauane esperou por cerca de 5 horas na unidade de saúde até ter a oportunidade de pegar o bebê.
O delegado Mário Andrade, titular da 4ª DP, fala em “premeditação”. O g1 já tinha mostrado que Cauane dizia estar grávida e afirmou que o recém-nascido era dela até para os PMs que foram prendê-la.
A polícia descobriu que Cauane esteve na maternidade nesta terça-feira (31) para ver uma amiga, Raiane, que tinha dado à luz. Ela chegou entre 10h30 e 11h à unidade. “Ela contou que realmente visitou a colega, mas ficou perambulando pelo corredor do hospital. Por volta das 15h, ela passou pela enfermaria, viu o Ravi [que tinha acabado de nascer] e se interessou por essa criança”, relatou Mário.
A jovem contou à polícia que se sentou em uma cadeira, ficou conversando com alguém e depois foi para casa, guardando o adesivo que ganhou ao se identificar para ver Raiane.
Por volta das 19h, ela saiu de casa com três bolsas. Colou o adesivo de mais cedo e entrou normalmente no hospital — antes, tinham cogitado uma invasão pela varanda.
Cauane, então, esperou 5 horas até encontrar a oportunidade de pegar Ravi.
“Por volta de 1h [o relógio da câmera de segurança marca 1h57], quando a mãe [de Ravi] e outra pessoa [a sogra] estavam dormindo, Cauane aproveitou, entrou e subtraiu a criança”, afirmou o delegado.
“Perguntada por qual motivo fez isso, ela se calou. Tenho para mim que seria para criá-lo como filho, uma vez que ela tinha um namorado e inventou para esse namorado que estava grávida. Para ele e para a família toda”, emendou.
A jovem admitiu que teve uma gravidez, apesar de a família não acreditar. Ela disse que tirou fotos não só da recepção como da enfermaria, dizendo para os familiares que estava se internando para ter a criança.
Ao chegar à 4ª DP (Praça da República), conduzida por PMs da UPP do Borel, Cauane foi confrontada pela avó paterna de Ravi, Patrícia Cunha Figueira: “Por que você fez isso conosco? Por quê? Que Jesus te perdoe! Ele te ama! Que Ele tenha misericórdia!”