O podcast Apro360, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), realizou uma edição especial na última quinta-feira (17.04), diretamente da Norte Show, em Sinop. A gravação aconteceu ao vivo no estande da associação e atraiu a atenção do público presente na feira. O primeiro convidado do dia foi o deputado federal Nikolas Ferreira, que participou de um bate-papo conduzido pelo Diretor Administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol, e pela jornalista da entidade, Fernanda Trindade.
Durante a conversa, Nikolas Ferreira foi questionado sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em novembro, em Belém. Para o parlamentar, a conferência representa riscos ao Brasil.
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“A COP 30 é um evento para discutir o meio ambiente, mas está desmatando a Floresta Amazônica para criar uma rodovia que chegue até o evento. Belém tem um dos piores índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e de saneamento básico. Então, destinar R$ 2 bilhões para um evento que está desmatando a Amazônia para falar sobre meio ambiente é inaceitável”, declarou.
Ao ser questionado pelo Diretor Administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol, sobre as pautas apresentadas, o deputado criticou a falta de transparência sobre os objetivos da conferência e defendeu que os recursos públicos investidos na COP 30 poderiam ser direcionados a setores como o agronegócio, saúde e segurança pública.
“Ninguém sabe o que irá acontecer na COP 30. Com R$ 2 bilhões, o que não daria para fazer pela população de Belém? Em um país onde pessoas morrem em filas de hospital, é inaceitável gastar esse dinheiro público de forma tão irresponsável. Não falta dinheiro neste país, falta caráter e vontade de destinar o dinheiro do povo para o povo. Por isso é tão importante a comunicação e as redes sociais, para que as pessoas vejam o que está acontecendo”, afirmou.
Na sequência, o Apro360 recebeu o jornalista e escritor, Aldo Rebelo, que também abordou sobre a COP 30 e o papel das instituições brasileiras na proteção dos interesses do agronegócio. Aldo destacou os riscos de a conferência ser usada como ferramenta de pressão econômica sobre o Brasil.
“Não se trata de meio ambiente, mas sim de interesses comerciais. É usar uma causa virtuosa para outra que não é nada virtuosa. O meio ambiente é apenas um pretexto para fazer guerra comercial contra a agricultura brasileira”, afirmou.
Ao ser questionado sobre o papel das entidades do setor na COP 30, Aldo defendeu uma postura preventiva e defensiva das instituições. “A saída dos Estados Unidos tem um duplo efeito sobre a COP 30. Se saiu, é porque não tem importância. Mas, se ficasse, valorizaria a agenda que interessa ao Brasil, que é a defesa do meio ambiente com direito ao desenvolvimento. O Brasil deveria aceitar essa agenda para poder defender o meio, mas o preço não deve ser o congelamento do desenvolvimento. É preciso mostrar que produção e sustentabilidade andam juntas. Mas esse direito desapareceu”, pontuou.
A edição especial do podcast Apro360 representou uma iniciativa inédita da Aprosoja Mato Grosso dentro de uma feira agropecuária. A ação reforça o compromisso da entidade em fortalecer a comunicação com os produtores rurais e ampliar o debate sobre os desafios e oportunidades do setor.