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Agronegócio Segunda-feira, 29 de Janeiro de 2024, 10:03 - A | A

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CRISE DA SECA

Fávaro reunirá com Lula para tratar de "socorro" a produtores; Aprosoja pede R$ 11 bilhões

Devido à estiagem e às ondas de calor, safra de soja em Mato Grosso deve ter quebra superior a 20%

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), deve se reunir com o presidente Lula nesta terça-feira, 30 de janeiro, para apresentar propostas de socorro aos produtores rurais, em meio à crise que se aproxima devido à quebra de safra da soja. Na semana passada, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) pediu a liberação de linha de crédito de aproximadamente R$ 11 bilhões para conter a crise.

A Aprosoja enviou um ofício à Secretaria de Política Agrícola do Ministério de Agricultura e Pecuária (SPA/Mapa) apresentando propostas para ajudar o produtor mato-grossense a superar os efeitos da seca na safra 2023/24, que deve ter uma quebra superior a 20% da produção. O ofício e é assinado pelo presidente da entidade, Lucas Costa Beber.

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A entidade pede ao secretário de Política Agrícola, Neri Geller, a destinação de R$ 500 milhões do Tesouro para suportar o alongamento das dívidas dos produtores de Mato Grosso, conforme prevê o Manual de Crédito Rural (MCR). Propõe também a criação de duas linhas emergenciais de crédito, a primeira em dólar, no montante de US$ 1,95 bilhão via BNDES, com taxa de 5,5% ao ano, mais variação cambial, que totaliza 9,75 bilhões de reais. 

A segunda linha de crédito proposta, em reais, estimada em R$ 1,05 bilhão de orçamento extra para equalização com recursos do Tesouro, com taxa de 7% ao ano. Para as duas linhas, a entidade sugere cinco anos de prazo e um ano de carência. Além disso, pede que as medidas não prejudiquem o limite e o rating dos produtores afetados, o que vai exigir celeridade na aprovação e liberação dos recursos. 

Em visita a Sinop na última sexta-feira, 26, Fávaro disse que o governo já está analisando as medidas a serem tomadas diante da provável quebra da safra de soja.

“Conversei com o presidente Lula nesta semana, marcamos que eu possa levar a ele o cenário de como está a agropecuária brasileira, em especial o Centro-Oeste e aqui no Mato Grosso uma seca sem precedentes, nunca tivemos uma como essa, que quebrou muito a safra aliada aos preços de commodities muito achatados. As pessoas podem até dizer ‘mas como se quebrou a safra os preços tendem a subir’ não! Quebrou aqui no centro-oeste, na Argentina, por exemplo, que no ano passado colheu 25 milhões de toneladas de soja colhe 45 milhões, o Rio Grande do Sul incrementa 10 toneladas a mais. O saldo global do estoque esperado deve ser 15 milhões a mais que foi safra recorde, isso traz os preços muito achatados”,  afirmou o ministro, em entrevista ao site Só Notícias.

O ministro conta que o presidente pediu para que ele apresente as propostas para sanar os problemas do setor do agro. Lula teria pedido a Fávaro para elencar as propostas já nesta terça-feira, 30.

“Expliquei um pouco desse cenário ao presidente e ele me pediu para levar algumas propostas para que a gente possa, com a experiência adquirida lá de 2008, onde ele precisou editar uma medida provisória que resolveu a vida dos produtores que tinham endividamentos de R$ 87 bilhões, a gente possa agir com essa experiência previamente antes da inadimplência, [antes] que comece uma onda de recuperações judiciais, a gente possa tomar medidas de estar ao lado dos produtores com linhas de créditos e prorrogações de parcelas de investimentos”, explicou.

Fávaro revelou ainda que se reunirá com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar da criação das linhas de crédito para socorrer os produtores rurais.  

“Mostrar e ver o que podemos fazer de linhas de créditos para que os produtores que sofreram com essa seca durmam com tranquilidade, termina a colheita. O que ele não conseguiu saldar, o governo vai estar ao seu lado com políticas públicas, para que ele possa ter tranquilidade, repactuar e voltar, cumprir sua função, gerar emprego e felicidade para a população mato-grossense”, concluiu.  

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