Os preços da soja registraram alta expressiva no Brasil e no mercado internacional ao longo da última semana. Essa alta foi puxada principalmente pela valorização do dólar frente ao real e pelo aumento da demanda externa. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a moeda norte-americana chegou a ultrapassar os R$ 6, o que elevou significativamente o preço da oleaginosa no mercado interno, já que a soja é negociada em dólar.
Apesar do momento ser positivo para as exportações, com o dólar alto tornando o produto brasileiro mais competitivo no exterior, as negociações da soja no chamado mercado spot (ou seja, para entrega imediata) seguiram em ritmo mais lento. Isso aconteceu porque a variação constante do câmbio gerou incertezas. Muitos produtores e compradores optaram por não fechar negócios de imediato, esperando uma maior estabilidade no valor do dólar para conseguir preços mais vantajosos e minimizar riscos.
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No cenário internacional, o setor está atento aos desdobramentos da política comercial dos Estados Unidos. No último dia 9, o governo norte-americano anunciou a suspensão temporária, por 90 dias, das tarifas recíprocas aplicadas a diversos países, incluindo o Brasil. A China, no entanto, ficou de fora da medida, o que reacendeu tensões na guerra comercial entre as duas potências.
Segundo o Cepea, essa decisão gerou um duplo impacto no mercado, por um lado, trouxe alívio a vários exportadores e impulsionou as transações internacionais, por outro, provocou uma reação imediata da China, que deve intensificar suas compras de soja de outros mercados fornecedores, especialmente o Brasil, que já é seu principal parceiro nesse segmento.
O cenário atual reforça a competitividade do produto brasileiro no exterior e projeta um possível aquecimento nas exportações nos próximos meses, sobretudo se a cotação do dólar seguir em patamar elevado.
No entanto, especialistas chamam a atenção para os riscos que vêm junto com esse cenário. A oscilação no valor do dólar (que pode subir ou cair rapidamente) e os acontecimentos internacionais, como disputas comerciais entre grandes potências ou mudanças em acordos entre países, além das decisões políticas e econômicas no exterior, podem impactar diretamente os lucros e a estabilidade do mercado brasileiro. Por isso, o setor do agronegócio deve acompanhar de perto essas mudanças.
De acordo com último indicador da soja nesta segunda-feira, 14 de abril do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço da saca de soja disponível é de R$110,00.
E para a safra de soja 2025/26, ou seja, aquela que será plantada a partir de setembro de 2025 e colhida no início de 2026, os produtores já venderam, até março de 2025, 8,10% do total que se espera colher. Esse número representa um avanço nas negociações, pois em fevereiro o percentual vendido era de 4,93%. Ou seja, houve um crescimento de 3,17 pontos percentuais (p.p.) nas vendas em apenas um mês.